António Costa tinha um comunicado escrito quando chegou à Comissão Política do PS, no qual anunciava que seria candidato à liderança contra António José Seguro. O texto chegou a ser enviado, mas as notícias da manhã de 13 de janeiro de 2013 já contavam outra história. “António Costa só avança no PS se Seguro não conseguir unir os socialistas”, lia-se no Público. Porque é que esta história interessa agora? Ela tem sido lembrada pelos socialistas que estão apostados em fazer José Luís Carneiro recuar depois de ter deixado claro que voltaria a ser candidato a secretário-geral do PS.
Nessa noite de janeiro de 2013, o que fez Costa congelar os planos de chegar a líder foi a reação gelada dos autarcas do partido perante a possibilidade de ter uma disputa interna a dividir o PS antes das autárquicas. Desta vez, o calendário é ainda mais apertado: as diretas podem ser em junho, com autárquicas entre o final de setembro e o início de outubro. Depois de uma campanha nas legislativas que, basicamente, contou com a máquina de umas autárquicas que já estavam no terreno, a última coisa que muitos socialistas querem é discutir quem é o líder.