O Ministério Público acusou, no final do mês de abril, Diogo Moura, vereador na Câmara de Lisboa e vice-presidente do CDS/PP por dois crimes de fraude em eleições na forma tentada. Em causa, segundo o despacho de acusação a que a VISÃO teve acesso, estão os atos eleitorais de 2019 e 2021 para o Conselho Nacional do “centristas”. Várias mensagens recolhidas pela investigação revelam instruções dadas a um membro de uma das mesas para colocar votos nas urnas.
Candidato àquele órgão do partido pela Lista B, Diogo Moura, segundo as mensagens transcritas no despacho, pretenderia que uma secretária da mesa colocasse votos na sua lista. “Distrai o gajo da Lista A. Dá baixa de Tiago Pessoa e Filho e nuno van uden e mete os votos”, foi uma das mensagens recolhidas pela investigação do então presidente da concelhia do CDS/PP de Lisboa.
Noutra ocasião, durante o ato eleitoral de 2021, nova mensagem para a um elemento da mesa: “Vou pedir que metas aí um voto rápido. prepara-te, faz já e mete no bolso que já aviso”. Ao agir desta forma, concluiu um procurador da 4ª secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP), Diogo Moura “pretendeu que fossem introduzidos nas urnas e contabilizados votos de militantes que não exercessem o direito de voto, falseando assim o resultado das votações para as eleições de delegados ao Conselho Nacional do CDS, o que só não ocorreu por razões alheias à sua vontade”.
Entretanto, em declarações à CNN/Portugal, Diogo Moura garantiu estar “absolutamente inocente” e que o vai provar.
“As alegações que me são dirigidas vão ser refutadas, não têm qualquer sentido e são completamente falsas”, referiu ainda, anunciando que irá suspender as suas funções de vice-presidente do partido liderado por Nuno Melo.