Joana Amaral Dias, alega que “sofreu uma agressão” e “foi vítima de condicionamento à sua liberdade de expressão” na manhã desta quinta-feira, quando se encontrava no Terreiro do Paço, em Lisboa.
A cabeça de lista às europeias do Alternativa Democrática Nacional (ADN) participava numa ação daquele partido, quando foi abordada por alguns dos presentes que a chamaram de “fascista” e chegaram a tentar derrubar-lhe o telemóvel, quando Joana Amaral Dias fazia um direto para as suas redes sociais. O momento pode ser visto na conta do Instagram da psicóloga e política.
O ADN reagiu em comunicado. Na nota enviada às redações, o partido presidido por Bruno Fialho afirma que “é um partido humanista que defende a liberdade, a democracia e a paz”, e aponta culpas aos média. “Lamentamos que os responsáveis desta situação também sejam alguns comentadores e alguma comunicação social que, deliberadamente ou por ignorância, mentem sobre a nossa ideologia e posições políticas. O ADN sabe que ao combater o wokismo e defender a família acaba por ser alvo de rótulos que não tem correspondência com a verdade. Todavia, jamais permitirmos ser intimidados e não aceitaremos qualquer tipo de limitação à nossa capacidade de ação cívica e política”, lê-se na nota.
Apesar destas manifestações, o ADN anunciou que vai participar no desfile da Avenida da Liberdade, que decorre esta tarde, na capital.
Recorde-se que Joana Amaral Dias anunciou, no passado dia 16 de abril, que vai ser a candidata ao Parlamento Europeu pelo ADN. Com um longo currículo na política portuguesa, Joana Amaral Dias foi deputada do Bloco de Esquerda (entre 2002 e 2005), mandatária de Mário Soares nas presidenciais de 2006, esteve ligada ao movimento Juntos Podemos – que chegou a discutir poder integrar o Livre –, foi candidata às eleições legislativas de 2015 pela coligação AGIR (que juntou PTP e MAS) e, em 2017, concorreu pelo Nós, Cidadãos! à Câmara Municipal de Lisboa. Nos últimos anos, é figura assídua na TV, como comentadora em crónicas criminais e de assuntos políticos.
O ADN foi a grande surpresa nas legislativas de 10 de março, conseguindo mais de 102 mil votos, dez vezes mais do que nas eleições anteriores (tinha conseguido apenas 10 911 votos em 2022). O resultado seria também explicado pelo apoio evangélico ao partido, que tem uma bancada evangélica. As eleições valeram ao ADN uma subvenção de quase 340 mil euros.