Ao fim de quatro anos de investigação e milhares de escutas telefónicas, o Ministério Público (MP) admitiu não ter a certeza de que foram praticados crimes nos casos do lítio e do hidrogénio, assim como noutras situações que envolvem antigos ministros, como João Galamba e João Matos Fernandes. Quando separaram as investigações por processos autónomos, os procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) assumiram estar ainda por “comprovar a existência de indícios da própria ocorrência de crime” naquelas duas situações, o que carecerá de análise necessariamente mais demorada”, acrescentaram.
A posição dos investigadores do DCIAP consta de um despacho de novembro de 2023, a que a VISÃO teve acesso, no qual os magistrados do MP consideraram que, em relação ao centro de dados, em Sines, que deu origem à Operação Influencer, havia “fortes indícios para fundamentar aplicação de medida de coação mais gravosa do que o TIR” – o que, recorde-se, veio a acontecer, não com prisão preventiva, como foi pedido, mas sim com o juiz de instrução Nuno Dias Costa a determinar outras medidas de coação para os arguidos, como o pagamento de uma caução e a proibição de ausência do território nacional.
