Em declarações aos jornalistas à margem da apresentação do relatório e do programa de monitorização a longo prazo, resultantes da expedição às Selvagens, Paulo Oliveira, do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), realçou que os cerca de 40 investigadores envolvidos foram unânimes “em registar o bom estado de conservação daquelas ilhas”.
Foi também possível concluir que a retirada de espécies invasoras, há cerca de 20 anos, “teve um reflexo muito grande sobre os ‘habitats’ e espécies, visível hoje em dia”, referiu.
Questionado sobre os problemas detetados, o vogal do IFCN indicou que “não há nenhum problema estruturante que tenha sido identificado”, reconhecendo apenas que foram identificadas “algumas melhorias que podem ser feitas ao nível da gestão e da monitorização”.
A expedição, que decorreu entre 23 de abril e 01 de maio do ano passado, envolveu a participação de cerca de 40 investigadores e especialistas em conservação da natureza, tendo sido abordadas 23 áreas de estudo: 12 em terra e 11 no mar.
Paulo Oliveira apontou também que esta expedição, ao contrário das anteriores, debruçou-se sobre a terra e sobre o mar, olhando para “muitos grupos, muitas espécies e muitos habitats”.
O objetivo da iniciativa foi avaliar o estado de conservação das Selvagens e preparar a gestão futura com a criação de um programa de monitorização baseado na ciência e na informação.
Os grupos de trabalho irão, assim, continuar a fazer visitas às Selvagens no sentido de realizarem um trabalho de monitorização das diferentes áreas que compõem a reserva natural, indicou o responsável do IFCN.
As Selvagens, um subarquipélago da Madeira localizado a cerca de 300 quilómetros a sul do Funchal, constituem o território mais a sul de Portugal, tendo sido classificadas como reserva natural em 1971.
Em 03 de fevereiro de 2022 foi aprovado, na Assembleia Legislativa da Madeira, o novo regime das ilhas Selvagens, que proíbe a pesca, tornando a área até às 12 milhas com proteção integral.
Esta reserva, considerada um ‘ex libris’ da região, viu aumentada a sua área de 92 para 2.677 quilómetros quadrados.
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