Chega para lá. Foi a mensagem que o presidente do PSD quis deixar na abertura do 41.º Congresso do PSD, neste sábado, no Complexo Municipal dos Desportos de Almada. Luís Montenegro reafirmou que só será primeiro-ministro depois de 10 de março se os sociais democratas vencerem as eleições antecipadas e apresentou-se como a alternativa “moderada, aberta, responsável e segura”, por oposição a um PS que encostou aos extremos de esquerda e de direita. Acusando ainda os socialistas de se estarem a preparar para recriar a “Gerigonça” com Pedro Nuno Santos.
“A linha vermelha que Mário Soares traçou para a esquerda do PS está agora entre o PSD e o PS. Vindo do PS para o PSD entramos na moderação. Indo do PSD para o PS entramos no radicalismo”, atirou Luís Montenegro, insistindo que o fantasma do Chega não passa de uma estratégia socialista para afastar os portugueses do projeto social democrata. “Dizem que vou abrir a porta ao extremismo e ao radicalismo. Não. Não seu eu quem vai abrir essa porta: foram eles [socialistas] que não fizeram outra coisa nos últimos oito anos”.
Apesar de as eleições diretas no PS só acontecerem a 15 e 16 de dezembro, só se sabendo nessa altura quem será o candidato a primeiro-ministro, o líder do PSD já elegeu um adversário: Pedro Nuno Santos, a quem dedicou – sem nunca mencionar o seu nome – muitas criticas. Adjetivou-o de irresponsável e de radical. “Deus nos livre de ter à frente do Governo alguém imaturo e uma nova Geringonça para irmos ainda mais para a cauda da Europa”, atacou.
No discurso inicial da reunião magna – que acontece hoje como forma de chamar atenção para o aniversário do 25 de Novembro, uma “oportunidade para lembrar aos portugueses que a liberdade nunca é uma valor garantido” – Luís Montenegro advertiu ainda que não tem falado frequentemente sobre a operação influencier de propósito. Não por “receio”. Mas por considerar mais importante focar-se nos problemas do país, como a saúde, a educação, a habitação, a mobilidade, a empregabilidade…
Todavia, desta feita, não resistiu, em dizer que “o Governo não caiu por causa de um parágrafo, nem caiu por causa de um processo. Caiu de podre, por demasiadas mentiras e arrogância”, sentenciou, pedindo aos delegados que este congresso possa ser um momento de união do partido, numa altura critica, admitindo que “os portugueses ainda não absorveram na plenitude” as propostas dos sociais democratas.