“Choca-me muito que o justicialismo esteja a dar cabo da democracia portuguesa e que um primeiro-ministro, que nem sequer indiciado está, se demita nas condições em que se demitiu”, declarou.
Ribau Esteves falava na abertura do período de antes da ordem do dia da reunião pública da Câmara de Aveiro, em que expressou o seu apreço pessoal e institucional para com António Costa.
Comentando a atualidade política, Ribau Esteves não deixou de observar, no entanto, que a demissão de António Costa “também quer dizer da sua fragilidade”.
“Ao longo dos seus do seu tempo de primeiro-ministro, deixou que acontecessem, debaixo da sua alçada, situações que o fragilizaram, mas quero deixar esta palavra pública de apreço pessoal e institucional”, disse.
“Quero deixar aqui na reunião pública de Câmara uma palavra de reconhecimento pelo trabalho enquanto primeiro-ministro pela afabilidade com que sempre nos relacionámos”, completou.
António Costa apresentou na terça-feira a sua demissão, que o Presidente da República aceitou, depois de buscas em vários gabinetes do Governo, visando também o seu chefe de gabinete, realizadas no âmbito de investigações sobre projetos de lítio e hidrogénio e de o Ministério Público ter anunciado que é alvo de inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça.
O atual Governo resultou de uma dissolução do parlamento, a primeira decretada por Marcelo Rebelo de Sousa, no início do seu segundo mandato presidencial, na sequência do chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022 na generalidade, e que resultou na vitória do PS com maioria absoluta nas eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro de 2022.
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Lusa / Fim