Com a procuradora Cláudia Porto e os inspetores da Polícia Judiciária (PJ) Fernando Nunes e José Luís à sua frente, no dia 8 de agosto de 2018, Alberto Coelho leu o conteúdo de uma denúncia anónima que tinha sido enviada para a investigação do caso de Tancos. No documento dizia-se que o então diretor-geral de Recursos da Defesa estava a par do alegado encobrimento político sobre o achamento do material de guerra furtado dos paóis militares. Alberto Coelho respondeu negativamente a tudo, saindo tranquilamente do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) como entrou, na qualidade de testemunha do processo do furto das armas de guerra.
Naquele dia, Alberto António Rodrigues Coelho terá ficado convencido de que a história da denúncia anónima tinha ficado por ali. Mas não. Os investigadores apenas o confrontaram com metade do conteúdo do documento, a parte que dizia respeito ao assunto de Tancos. De fora ficaram outras suspeitas – como nomeações, atribuição de subsídios e violação de segredo por funcionário – que foram encaminhadas internamente no Ministério Público e deram origem, segundo informações recolhidas pela VISÃO junto de fontes judiciais, a um inquérito-crime à gestão da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) enquanto foi liderada por Alberto Coelho. Em causa podem estar crimes de peculato, participação económica em negócio e corrupção, que estão a ser investigados, desde 2018, pela procuradora Celestina Morgado da 1ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.
Apesar das “inconformidades” legais, ministro nomeou Alberto Coelho para uma empresa pública