De onde vem
Nasceu no Porto, há 47 anos. Estudou no Porto e é nesta área geográfica que tem exercido a sua carreira profissional. Licenciou-se em Engenharia Mecânica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e uma pós graduação em Executive Training e Finanças na Porto Business School e onde também foi Mentor.
Os pais eram de esquerda, mas a sua entrada na política deu-se a partir da leitura de textos de Sá Carneiro. Depois, a sua longa convivência com Rui Rio terá feito o resto. Mas não se lhe conhecem grandes discursos ou intervenções políticas e a sua atuação na vida pública foi sempre discreta. Não é alguém que se destaque na multidão.
Por onde andou
A sua primeira experiência profissional foi como consultor no IEP – Instituto Electrotécnico Português. Mas foi como engenheiro de programas da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal que se foi destacando, ao trabalhar com os programas do Airbus. O gosto pelas tecnologias de informação faz-se notar cada vez mais e acaba a CEO da Fundação para as Tecnologias de Informação (FDTI).
A partir de 2005, a sua vida começa a ficar ligada à cidade. Primeira na Fundação Porto Social, segue-se a Associação Museu Ciência e Indústria, a Porto Digital, até à vice-presidência da Associação de Turismo do Porto, primeiro, e depois como “chairman”.
O topa-tudo de Rui Rio
Na autarquia presidida por Rui Rio, Vladimiro Feliz foi o homem que sempre disse presente, um topa-tudo para o que fosse necessário. Não por acaso, foi considerado um dos melhores vereadores do líder social-democrata. Foi diretor municipal de Sistema de Informação, vereador da Educação, Juventude e Inovação, vereador do Ambiente e Seriços Urbanos, vereador do Turismo, Inovação e Lazer e ainda presidente da Administração da empresa municipal Porto Lazer.
Ao apresentá-lo como candidato, Rui Rio destacou ainda a sua competência no Programa Porto de Futuro, que fazia a junção entre as escolas e as empresas, a sua colaboração no Red Bull Air Race (que pôs dezenas de aviões a fazer piruetas no céu da cidade) e na coordenação do circuito da Boavista, que encheu as ruas de carros de corrida. Não admira, portanto, que tenha também sido a escolha para subir à vice-presidência, substituído Álvaro Castello-Branco, do CDS
O que fez no CEIIA
Quando Rui Rio deixou a Câmara do Porto, em 2013, Vladimiro Feliz ingressou no Centro CEIIA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento, com sede em Matosinhos. Primeiro, foi responsável pela área de Smart Cities (ou cidades inteligentes) e depois como responsável pelos sistemas de tecnologias de informação. Descarbonização da economia e mobilidade inteligente são coisas que o interessam.
O que dizem dele
Rui Rio é claro: “O meu candidato é este”. Depois de gorados jantares para negociar apoio a Rui Moreira e de uma recusa de Paulo Rangel, o líder do PSD apresentou-o como candidato e vincou bem que ganhou a sua escolha. “É um homem confiável, que conhece bem a cidade, a câmara do Porto e a cidade. É leal. Desde o início que este é o meu candidato.” Para que não haja dúvidas…
“O PSD não tem a obrigação de ganhar a Câmara. Mas tem a obrigação de apresentar um excelente candidato e este tem todas as capacidades para ser um excelente presidente”, disse ainda Rui Rio.
Quem o viu em exercício de funções, sobretudo no CEIIA, (mas que pede para não ser identificado) surpreendeu-se por ver Vladimiro encabeçar um cargo político. “É uma simpatia de pessoa, das melhores que conheço”, disse à VISÃO. “Esperto, super inteligente, atento, estudioso, visionário, seguro do que diz”, continuou, não se cansando de elogiar as suas conferências. Vladimiro Feliz não será propriamente carismático, mas é empático com qualquer pessoa, criando bom ambiente e relacionamento pessoal.
André Sousa Cruz, que foi seu colega na FEUP, recomenda-o, na rede social Linkedin. “O Vladimiro é um líder democrático, pró-activo e competente. O seu elevado bom senso e capacidade de mobilização, permitem-lhe facilmente ultrapassar qualquer obstáculo com que se depare. O seu elevado sentido de responsabilidade e ética, fazem dele um valor seguro para qualquer organização.”
Rui Rei, por seu turno, destaca a facilidade que é trabalhar com ele e a sua capacidade e motivação para se focar em objetivos. Considera-o um dos “raros profissionais que fazem a diferencia quando se enfrentam desafios”.
O que diz ele do PSD
“O PSD precisa de regenerar-se”, disse, em 2018 à VISÃO. “Não se constrói nada sem olhar para a história, mas trata-se de fazer valer o melhor do partido sem populismos.” Não tivemos oportunidade de lhe perguntar o que pensa sobre a relação atual do PSD com o Chega, porque não respondeu às nossas chamadas. Mas, na ocasião, desejava um PSD ao centro, embora defendesse a necessidade de “recuperar a identidade”. Justificava assim: “Não podemos ser um bocadinho de tudo, até porque os partidos perdem o ADN em função dos ciclos de poder”.
Nesta conversa com a VISÃO até confessa o seu plano para o partido: transformá-lo numa espécie de “PSD Netflix”, de modo a facilitar a participação de todos os militantes na vida do partido, quer estivessem dentro ou fora do país. Ele, que é apaixonado por tudo que é app e digital, gostava de tornar os debates “interactivos ou distribuir conteúdos em streaming”.