“Vira o disco e são sempre os mesmos”. É esta a mensagem que poderá ler no novo outdoor da Iniciativa Liberal (IL), que foi esta quarta-feira, 9, colocado junto à rotunda do Marquês de Pombal, em Lisboa. Com os rostos de António Costa e Rui Rio desenhados de um lado e do outro de um vinil que roda de forma contínua, o presidente e deputado único dos liberais, João Cotrim de Figueiredo, pede aos eleitores que deixem de insistir no “conluio” no bloco central.
No vídeo em que promove o cartaz, Cotrim recorda, com ironia, “os mais distraídos” de que “nas últimas semanas houve vários casos em que PS e PSD voltaram a juntar forças”. Exemplos? A aprovação do Orçamento Suplementar para este ano, a “incrível nomeação” de Mário Centeno para governador do Banco de Portugal, o fim dos debates quinzenais com o primeiro-ministro e do “escrutínio da atividade do Governo”, a eleição das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e a inviabilização da audição parlamentar do “paraministro [António] Costa Silva para esclarecer aquele catálogo de medidas para resolver Portugal”.
Já num comunicado enviado às redações, a IL aponta o dedo aos “sucessivos governos dos últimos 25 anos”, referindo até que, nesse período, o país tem sido “dominado” por partidos “que representam uma teia de interesses, lutando pelo poder entre si em benefício próprio e não em benefício do cidadão e do contribuinte”.
No texto, os liberais salientam que, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), no relatório anual sobre política tributária, “Portugal está entre os países em que a carga fiscal é demasiado alta tendo em conta o Produto Interno Bruto (PIB) per capita” e enfatizam, como também faz Cotrim no vídeo, que o crescimento acumulado da economia nacional entre 1999 e 2018 foi de “apenas 20,3% em termos reais”. Ou seja, à razão de 1% ao ano.
O rosto da IL no hemiciclo volta, assim, a apontar para a necessidade de uma “revolução fiscal” e sustenta que “o liberalismo é o ritmo alternativo” à alternância entre socialistas e sociais-democratas no poder. Para que Portugal vença a pandemia e a crise económica e social que dela decorre “precisamos de tudo menos das medidas do passado”, conclui Cotrim.