Para obter apoio parlamentar maioritário, o PS pode aliar-se ao BE deixando a CDU de fora – mas o inverso também é verdadeiro. Só não chega se somar, apenas, com PAN e Livre.
O PS tem 106 deputados eleitos. Na melhor das hipóteses, poderia ter mais três na emigração. Mas estes 109 mais os quatro do PAN e um do Livre só daria 114. Metade mais um são 116…
Conseguindo o apoio dos 12 deputados da CDU, o PS conseguiria, no mínimo, 119 deputados (se tivesse só um na emigração). Mas se fizer negócio apenas com o BE, aí já terá um bónus de 19 deputados, tantos quantos elegeram os bloquistas. A soma seria, tal como está, mesmo sem contar a emigração, de 125 deputados. O alargamento da geringonça preconizado no discurso de Costa daria quase uma espécie de Partido Revolucionário Institucional (PRI), à mexicana: 142 deputados mais um, dois ou três da emigração. Ainda assim, a cerca de uma dezena dos necessários para que a esquerda tivesse dois terços do Parlamento. Esse “risco”, tão citado por Assunção Cristas, na campanha, está afastado.
Entretanto, o lado direito do Parlamento terá, ainda sem o círculo da emigração, 82 deputados: 77 do PSD, cinco do CDS, um da IL e um do CHEGA. Ou seja, toda junta, menos – muito menos! – do que o PS sozinho.