É um apoio à condição. A CDU arrisca um dos piores resultados da sua história, quatro anos depois de apoiar uma solução inovadora de Governo. Para Jerónimo de Sousa, as notícias da morte dos comunistas eram manifestamente exageradas, mas o partido sofre uma quebra e sugere que, a partir daqui, o apoio ao PS será analisado diploma a diploma, orçamento a orçamento. Soluções a quatro anos ficam fora do plano.
Na sede do PCP, na Avenida da República, o secretário-geral dos comunistas deixou este domingo claro que “será em função das opções do PS, dos instrumentos orçamentais que apresentar e do conteúdo que legislar, que a CDU determinará o seu posicionamento”. Há apoio pontual, caso a caso, num cenário muito diferente daquele que existiu nos últimos quatro anos.
E o que é prioritário para os comunistas? Jerónimo responde. “Inscrevemos como o objetivos imediatos a luta pelo aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional para os 850 euros, pelo aumento geral e real das pensões de reforma, pela garantia de creche gratuita até aos três anos, direito à habitação com garantias de arrendatários e construção de habitação pública, pelo reforço do investimento em falta no Serviço Nacional de serviços públicos, 1% para a cultura, garantia da proteção da natureza do meio ambiente e do equilíbrio ecológico”, enumerou o líder dos comunistas.
Há margem para analisar cada uma das propostas que forem sendo apresentadas, mas os comunistas não deixam de apontar críticas a um PS que, em “aspetos estruturais”, não “abandonou, até perseguiu” linhas que o aproximam mais dos partidos da direita que dos comunistas.
Mas Jerónimo não esconde o peso do resultado destas legislativas. “Perdendo deputados, houve uma perda” do partido. Ainda assim, ressalva, “longe daquelas declarações mais ou menos agoirentas de que a CDU estava arrumada, estava anunciado o seu declínio e morte”.