Na última quarta-feira à noite, no Conselho Nacional do PSD, a notícia do nascimento do “Portugal não pode esperar” já corria de boca em boca, criando burburinho na sala. E à declaração de Passos, de que quem se quiser fazer diferente há de ter de se ver com ele, não terá sido alheia a notícia.
De facto, o nascimento de um movimento que pretende promover o debate apanhou a maior parte desprevenida, mesmo quando um dos seus membros fundadores estava dentro da sala. Já tivessem a VISÃO (que foi esta quinta-feira para as bancas) nas mãos, teriam sabido que a ideia começou a germinar com um grupo de militantes que se foi deparando com um PSD perplexo, incapaz de reagir à “reconfiguração do sistema político nacional” e de “Passos ter afirmado [em congresso] que não mudaria a sua postura, que se manteria na linha do programa de governo apresentado às eleições”, segundo contou à VISÃO o seu impulsionador, o ex-líder da JSD, Pedro Rodrigues.
Com sangue na guelra e vontade de agitar as águas, o grupo de militantes (todos sub-40) começou a conversar, a procurar vias para debater ideias e fazer propostas para recentrar o partido e reconquistar a confiança dos eletores. O discurso parece o da “Nova Esperança” (o movimento lançado há mais de 30 anos por José Miguel Júdice, Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes e Conceição Monteiro) e é nela que Pedro Rodrigues, André Pardal, Miguel Corte-Real, Rubina Berardo, Hugo Neo, Carla Mouro, Pedro Leitão, João Pedro Gomes e Joaquim Biancard Cruz se inspiraram para o caminho que estão prestes a iniciar.
O primeiro jantar do grupo para quem “Portugal não pode esperar” terá lugar hoje, em Lisboa. Muitos outros encontros se seguirão, com a presença de figuras conhecidas do partido. O próximo, daqui a cerca de um mês, será no Porto.