Diogo Gaspar, diretor do Museu da Presidência da República, foi detido esta manhã pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de corrupção, tráfico de influência, falsificação de documento, participação económica em negócio, abuso de poder e peculato (uso de bens públicos para fins privados). A investigação conduzida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, e coadjuvada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ, suspeita que Diogo Gaspar, no âmbito das suas funções enquanto diretor do museu situado no Palácio de Belém, em Lisboa, terá favorecido interesses de particulares e empresas em troca de compensações económicas e que terá ele próprio solicitado benefícios como contrapartida da promessa de influência junto de decisores públicos.
Sob suspeita está também o uso de recursos do Estado para fins particulares, a apropriação de bens móveis, e a elaboração de um documento falso que prejudicou os interesses patrimoniais públicos e que Diogo Gaspar terá redigido no contexto das suas funções. O inquérito foi aberto em abril de 2015.
Oito magistrados do Ministério Público e cerca de três dezenas de inspetores da PJ foram destacados para as buscas, que estão a decorrer na secretaria-geral e no Museu da Presidência da República, em Lisboa, no Palácio da Cidadela, em Cascais, noutras zonas da Grande Lisboa e em Portalegre.
O Museu da Presidência da República foi inaugurado em 2004 e expõe peças de coleção ligadas aos antigos presidentes e primeiras-damas que lideraram o Estado português desde a instauração da República, em 1910.
Foi nomeado diretor do Museu pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio. Foi condecorado por aquele e também por Cavaco Silva.