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SAIBA MAIS SOBRE ESTE TEMA E CONHEÇA O ESPÓLIO QUE PODE ESTAR PRESTES A PERDER-SE NA VISÃO DESTA SEMANA, JÁ NAS BANCAS
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Montreal, Canadá. É para o outro lado do mundo que deverá viajar um dos mais importantes acervos arquitetónicos do País, pertencente a Siza Vieira, Prémio Pritzker e o mais consagrado arquiteto português contemporâneo. O destino provável é o Canadian Centre for Architecture (CCA), considerado uma espécie de Olimpo da arquitetura. Enquanto esta prestigiada instituição mundial se prepara para juntar aos valiosos arquivos e coleções o espólio pessoal e profissional de Siza Vieira acumulado ao longo de mais de 60 anos de atividade, Portugal arrisca-se a perder um património sem paralelo. Contactado pela VISÃO, o ateliê de Álvaro Siza limitou-se a confirmar as “negociações”, mas considera “prematuro falar no tema”.
Há muito que o CCA namora o nosso primeiro “Nobel” da arquitetura e o respetivo acervo. Amor correspondido. O Centro é liderado pela arquiteta Phyllis Lambert, recentemente galardoada com o Leão de Ouro, na Bienal de Veneza, pela sua obra e por combinar no CCA “uma rara visão com uma rara generosidade para preservar episódios cruciais do património arquitetónico e estudá-lo sob condições ideais”. Na memória, perdura a passagem de Siza pelo Centro, em abril de 2012, quando falou sobre o seu método de trabalho, em paralelo com a exposição Alturas de Macchu Picchu, baseada em 35 desenhos elaborados em 1995, no Peru, durante uma das suas viagens mais marcantes, munido de um simples sketchbook, livros de poesia e umas poucas mudas de roupa.
A transferência do espólio para o Canadá não era a intenção inicial do arquiteto, nascido há 81 anos em Matosinhos. Pelo contrário. Os seus afetos e geografia sentimental moram mais perto de casa e quem lhe é próximo garante que Siza está a viver este momento com alguma amargura à mistura, apesar de todas as delicadezas dos canadianos. Mas para percebermos os contornos que o terão levado a ponderar outro destino para o seu “património”, é preciso recuar no tempo. E contar uma rocambolesca história que começou cheia de boas intenções…
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