Depois de afirmar repetidamente que não utilizaria a autoridade presidencial para beneficiar os membros da sua família, Joe Biden anunciou, no domingo, o perdão ao filho, Hunter Biden, condenado em dois processos em Delaware e na Califórnia. O perdão surge semanas antes de ser anunciada a sentença e a menos de dois meses antes do regresso do presidente eleito Donald Trump à Casa Branca e poupa Hunter a a uma possível pena de prisão por condenações federais por posse de armas e fuga aos impostos.
Em junho, durante o julgamento de Hunter sobre a posse de arma no Estado de Delaware, Biden excluiu categoricamente a possibilidade de conceder um perdão ou comutar a pena do filho: “Respeito a decisão do júri. Fá-lo-ei e não o perdoarei”, garantiu, em declarações aos jornalistas.
Já no início do mês passado, pouco depois das eleições que deram a vitória a Donald Trump, a assessora de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, excluiu novamente a possibilidade de indulto ou clemência para Hunter Biden: “Já nos fizeram essa pergunta várias vezes. A nossa resposta mantém-se, ou seja, não.”
Na declaração em que anunciou o perdão ao filho, Biden, alega que a acusação contra o filho foi politicamente motivada e um “erro judicial”. “As acusações nos casos só surgiram depois de vários dos meus adversários políticos no Congresso os terem instigado a atacar-me e a oporem-se à minha eleição”, justifica Biden. “Nenhuma pessoa sensata que analise os factos dos casos de Hunter pode chegar a outra conclusão que não seja a de que Hunter foi escolhido apenas por ser meu filho”.
Hunter Biden foi condenado, em junho, no tribunal federal de Delaware, por três crimes por comprar uma arma, em 2018, depois de, segundo os procuradores, mentir num formulário federal ao alegar que não consumia estupefacientes ou estava viciado. O filho do Presidente acabaria por se declarar culpado, a horas do início da seleção do júri, alegadamente para “poupar” a família a mais dor e embaraço.
Já há um ano, Hunter Biden foi acusado de ter cometido nove crimes fiscais.