A 11 de março de 1985, uma segunda-feira, o Presidente dos Estados Unidos da América, Ronald Reagan, é acordado às 4h da madrugada, para ser informado de que o líder soviético, Konstantin Chernenko, tinha morrido. Pouco depois, sabe-se que Mikhail Gorbachev é o novo homem forte em Moscovo. Quatro anos e meio depois, há de cair o Muro de Berlim. E em 1991 a União Soviética (URSS) deixa de existir. Ronald Wilson Reagan, o vencedor da Guerra Fria, não gostava de segundas-feiras. Não consta que tivesse passado a gostar. Mas aquela contribuiria para lhe reservar um lugar na História.
Ronald Reagan não gostava de segundas-feiras nem tinha paciência para longos relatórios ou memorandos. Acreditava que uma simples folha A4 dispunha de espaço suficiente para colocar um líder de equipas ao corrente do essencial, um ponto em comum com o português Mário Soares, figura que considerava “impressionante”. Nascido em Tampico, um vilarejo do Ilinóis, 1911, filho de pai comerciante e mãe doméstica, era um rapaz da classe média. O atraente nadador salvador acabaria por cumprir o sonho de chegar a Hollywood, a “Meca do cinema”. Love in the Air, de 1937, é o seu primeiro filme. Casa-se com Jane Wyman, uma atriz mediana, de quem se separará em 1949. Na II Guerra Mundial, está nos nos FMPU (First Motion Picture Unit), unidade de propaganda criada por Hollywood. Depois da separação, conhece Nancy Davis, a mulher da sua vida. É contratado como porta-voz da General Electric e percorre o país de autocarro, porque não gosta de voar.