O cardeal italiano reagiu assim à sugestão de tal possibilidade, verbalizada na segunda-feira pelo Presidente da República francês, Emmanuel Macron.
“Seria a escalada que sempre temos tentado evitar desde o princípio, um cenário que não diria apocalíptico, mas decerto aterrador”, declarou Parolin à margem de um evento.
Durante um jantar em Paris na segunda-feira, líderes europeus reunidos no Palácio do Eliseu concordaram em avançar para “uma economia de guerra” para ajudar a Ucrânia a combater a invasão russa, e Macron não excluiu até o envio de tropas, se necessário, para alcançar esse objetivo.
“A derrota da Rússia é indispensável para a segurança e a estabilidade da Europa”, disse o chefe de Estado francês numa conferência de imprensa, na qual não descartou um eventual envio de soldados para a Ucrânia no futuro.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
ANC // SCA