“O Ministério da Saúde de Artsakh [como os arménios designam Nagorno-Karabakh] reporta 80 feridos como resultado da ofensiva militar do Azerbaijão, incluindo civis — 15 feridos e 5 mortos. A situação permanece crítica”, escreveu, na rede social X (antigo Twitter), o Ministério dos Negócios Estrangeiros daquela autoproclamada república.
As autoridades separatistas também publicaram fotografias e vídeos de crianças feridas e de casas destruídas.
“Artsakh apela ao Azerbaijão para que cesse fogo imediatamente e se sente à mesa de negociações para abordar a situação”, acrescentou ainda o ministério.
As Forças de Defesa de Artsakh relataram, na mesma rede, que os combates prosseguiam hoje ao final da tarde “em toda a linha de contacto” com o Azerbaijão.
“As Forças Armadas azeris usam fogo de artilharia e foguetes, ‘drones’ de ataque e aviação de combate”, acrescentaram.
Por seu lado, o Azerbaijão anunciou um primeiro balanço de um civil morto nos confrontos em Nagorno-Karabakh.
Um engenheiro civil “morreu de um ferimento por estilhaços na sequência de um ataque das forças armadas arménias com armas de grande calibre, incluindo morteiros, contra Shusha”, uma cidade controlada pelo Azerbaijão, declarou o Ministério Público azeri num comunicado.
Baku anunciou uma operação militar no enclave após a morte de quatro polícias e dois civis azeris numa explosão de minas, que atribuiu a separatistas arménios.
As forças de manutenção da paz russas estão destacadas em Nagorno-Karabakh no âmbito de um cessar-fogo negociado por Moscovo, um aliado tradicional da Arménia, para pôr fim ao anterior conflito na região em 2020.
A Rússia apelou já à contenção e disse que foi informada do início da operação “alguns minutos” antes, depois de Baku ter anunciado que avisou as forças russas.
Depois de ter lançado a operação militar, o Azerbaijão exigiu a retirada “incondicional e total” da Arménia de Nagorno-Karabakh e a dissolução do “chamado regime separatista” para alcançar a paz na região azeri.
Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa do Azerbaijão de maioria arménia, declarou a independência de Baku na sequência da desintegração da União Soviética, em 1991.
A declaração da independência desencadeou um conflito armado de que saíram vencedores os separatistas apoiados pela Arménia.
Trinta anos mais tarde, no outono de 2020, as forças armadas do Azerbaijão reconquistaram dois terços do território, situado no sul do Cáucaso.
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