Construído pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, um aparelho com o nome MOXIE – acrónimo de Mars Oxygen In-Situ Resource Utilization Experiment – partiu para Marte em fevereiro de 2021, a bordo do veículo espacial The Perseverance da NASA.
Enviado para avaliar as condições do “planeta vermelho” a uma futura exploração humana, o MOXIE produziu, em dois anos, cerca de 122 gramas de oxigénio, o suficiente para auxiliar um astronauta durante três horas.
Ao queimar o dióxido de carbono presente na atmosfera de Marte, o MOXIE tem vindo a transformar este gás em oxigénio e a sua produção ocorre através de um processo eletroquímico que separa os átomos de oxigénio das moléculas de dióxido de carbono existentes na atmosfera. Após este processo, os gases são avaliados de forma a verificar a qualidade do ar produzido.
Durante os dois anos em que esteve em Marte, o aparelho atingiu o seu pico de produção, ao criar cerca de doze gramas de oxigénio – o dobro do objetivo inicial da NASA – em apenas sessenta minutos, com a taxa de pureza do ar a chegar aos 98%. A sete de agosto, criou pela última vez cerca de 9,8 gramas de oxigénio, a sua décima sexta produção.
Segundo Pam Melroy, administradora adjunta da NASA, o aparelho excedeu as expetativas que os responsáveis pela missão tinham. “O desempenho impressionante do MOXIE mostra que é possível extrair oxigénio da atmosfera de Marte, que poderia ajudar a fornecer ar respirável ou propulsor de foguetões aos futuros astronautas”, afirma.
Aparelhos como o MOXIE trazem novas esperanças a uma possível exploração humana em Marte. “O desenvolvimento de tecnologias que nos permitam utilizar recursos na Lua e em Marte é fundamental para construir uma presença lunar a longo prazo, criar uma economia lunar robusta e permitir-nos apoiar uma primeira campanha de exploração humana a Marte”, refere ainda Melroy.
O próximo passo é, agora, criar um sistema à escala real semelhante ao de MOXIE, que seja capaz de liquefazer e armazenar o oxigénio produzido.