A ministra da Defesa de Espanha, Margarita Robles, e o ministro da Presidência, Félix Bolãnos, confirmaram hoje que o embaixador russo, Yuri Klimenco, foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) na quinta-feira, para ouvir o protesto das autoridades de Madrid sobre o vídeo em causa, divulgado na rede social Twitter e entretanto já retirado.
No vídeo, publicado na conta oficial da Embaixada da Rússia em Madrid, via-se um grupo de homens vestidos com uniformes militares a falar em espanhol, supostamente combatentes na Ucrânia, ao mesmo tempo que eram lembradas declarações da ministra Margarida Robles a assegurar, por diversas vezes, não haver militares de Espanha em território ucraniano.
Margarita Robles criticou hoje a “claríssima desinformação” da Rússia para criticar Espanha nas redes sociais, que considerou ter como objetivo minar a unidade dos países que estão ao lado da Ucrânia e apoiam Kiev.
“Uma das grandes forças que temos é a unidade contra a Rússia. [O Presidente russo, Vladimir] Putin não está só a perder batalhas na Ucrânia, perdeu uma batalha muito importante porque não conseguiu quebrar essa unidade”, afirmou, numa conferência de imprensa em Madrid.
A ministra voltou a dizer que “não há absolutamente nenhuma tropa” da NATO (Aliança de Defesa de países europeus e norte-americanos), “nem nenhum soldado das Forças Armadas espanholas ou de qualquer país da Aliança na Ucrânia”.
Já o ministro da Presidência, Félix Bolaños, disse que o vídeo publicado pela embaixada da Rússia afetava diretamente a posição de Espanha em relação à guerra na Ucrânia e por isso o Governo chamou o embaixador, com quem teve “uma conversa muito séria”.
Bolaños disse que Espanha não admitirá a utilização de boatos falsos e ‘fakes news’ e que isso mesmo foi transmitido ao embaixador Yuri Klimenco.
A divulgação do vídeo ocorreu poucos dias depois de o embaixador Yuri Klimenco chegar a Espanha e de ter apresentado credenciais, na quinta-feira da semana passada, ao chefe de Estado espanhol, o Rei Felipe VI.
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