É considerado o maior desastre marítimo na História da Austrália. Em julho de 1942, o submarino norte-americano Sturgeon disparou quatro torpedos certeiros na direção do navio japonês SS Montevideo Maru, que se afundou numa questão de minutos, ao largo das Filipinas. A marinha dos EUA desconhecia que o barco transportava mais de mil prisioneiros seus aliados, quase todos australianos mas também de outras nacionalidades, e até agora desconhecia-se a localização dos destroços.
Mais de 80 anos após os trágicos acontecimentos, uma equipa de exploradores desfez finalmente o mistério, ao identificar o que resta da embarcação do Mar do Sul da China, a mais de quatro quilómetros de profundidade, foi este sábado anunciado.
Em reação, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse esperar que a descoberta “traga algum conforto aos entes queridos que mantiveram uma longa vigília”, agora que, “finalmente, foi encontrado o lugar de descanso das almas perdidas do Montevideo Maru”.
As buscas estiveram a cargo de um grupo de exploradores marítimos da Silentworld Foundation, que demoraram 12 dias a executar a missão, com recurso a veículos subaquáticos autónomos. O navio encontra-se a uma profundidade maior do que o Titanic, protagonista do naufrágio mais célebre da História.
Os prisioneiros que seguiam a bordo do SS Montevideo Maru, naquele fatídico dia 1 de julho de 1942, tinham perdido para os japoneses a batalha de Rabaul – no que é hoje território da Papua-Nova Guiné e pertencia então à Austrália – e estavam a caminho da ilha chinesa de Hainan.