O ataque ocorreu em Nablus, no norte da Cisjordânia ocupada por Israel, cenário de confrontos recorrentes e mortais.
O balanço inicial era de seis mortos e 25 feridos.
O ministro dos Assuntos Civis palestiniano, Hussein al-Sheikh, denunciou um massacre e exortou a comunidade internacional a “intervir imediatamente”, segundo uma mensagem que publicou na rede social Twitter citada pela agência francesa AFP.
Trata-se da incursão mais mortífera na Cisjordânia desde pelo menos 2005, à semelhança do ataque de 26 de janeiro em Jenin, também no norte da Cisjordânia, em que 10 palestinianos foram mortos.
O exército israelita afirmou, num comunicado, que realizou uma “operação antiterrorista” em Nablus, durante a qual abateu “três suspeitos que estavam envolvidos em ataques armados [na Cisjordânia] e planeavam ataques para o futuro imediato”.
Além do adolescente, foram mortos nove homens com idades compreendidas entre os 23 e os 72 anos, informou o Ministério da Saúde palestiniano.
Os funerais vão realizar-se ainda hoje.
A Jihad Islâmica disse que um dos comandantes locais da sua ala militar se encontra entre os mortos.
Segundo o Ministério da Saúde palestiniano, 82 pessoas foram hospitalizadas com ferimentos de bala em vários hospitais, algumas delas em estado grave.
O exército israelita não comentou os números e disse que não tinha informações imediatas sobre a operação.
Um repórter da AFP viu soldados israelitas a disparar granadas de gás lacrimogéneo contra jovens palestinianos no centro de Nablus, que atiraram pedras a veículos militares e queimaram pneus.
Um jornalista da televisão palestiniana, Mohammed Al Khatib, foi ferido durante a incursão, disse à AFP um repórter da estação.
Há quase um ano que as forças israelitas conduzem o que chamam “operações antiterroristas” em busca de suspeitos na norte da Cisjordânia, particularmente em Nablus e Jenin, bastiões dos grupos armados palestinianos.
A última grande operação israelita em Nablus tinha ocorrido em outubro de 2022, quando cinco palestinianos foram mortos num ataque contra o grupo armado Areen al-Oussoud, que tem sede na cidade.
Os confrontos de hoje surgem num cenário de violência renovada desde o início do ano na Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
Uma rusga israelita no campo de refugiados palestinianos de Jenin, no final de janeiro, foi seguida de trocas de tiros entre grupos armados na Faixa de Gaza e o exército israelita, e de um ataque mortal em Jerusalém Oriental.
“A prevenção de mais violência é uma prioridade urgente”, disse, na segunda-feira, o mediador da ONU para o Médio Oriente, Tor Wennesland.
Desde o início do ano, o conflito israelo-palestiniano custou a vida a 58 palestinianos (membros de grupos armados e civis, incluindo menores), nove civis israelitas (incluindo três menores) e uma mulher ucraniana, de acordo com uma contagem da AFP baseada em fontes oficiais israelitas e palestinianas.
PNG (JSD) // APN