Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. As sedes dos poderes executivo, legislativo e judicial brasileiros foram alvo de um ataque inédito na História do Brasil, apenas uma semana depois da tomada de posse de Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República. Perante a ausência e o silêncio ensurdecedor de Jair Bolsonaro, que se refugiou nos EUA, ainda antes da tomada de posse do sucessor, ao qual não entregou a faixa presidencial, milhares de “terroristas”, “vândalos” e “arruaceiros” entraram nos edifícios federais e deixaram, atrás de si, um rasto de destruição. Os adjetivos foram usados por analistas políticos, por governantes, por jornalistas e pelo próprio Presidente Lula, que, no rescaldo dos ataques, apelidou os manifestantes de “fascistas fanáticos”.
“A marcha dos idiotas será, em um futuro próximo, apenas um parágrafo vexatório da História do país”, escrevia o jornal Folha de São Paulo no editorial do dia que se seguiu aos ataques. “Não pode, no entanto, ser minimizada agora. O que fizeram os arruaceiros de Brasília, por patéticos que se mostrem, foi gravíssimo”, lia-se no maior diário brasileiro.