“A TPLF instigou os combates na fronteira com o Exército da Eritreia (…) para criar um conflito entre a Etiópia e a Eritreia, mas isso não vai acontecer”, disse o ministro dos Serviços de Comunicação do Governo Federal, Legesse Tulu, numa conferência de imprensa em Adis Abeba.
Na segunda-feira, a TPLF acusou as Forças Armadas da Eritreia de terem atacado zonas da região norte de Tigray no sábado e domingo, incluindo bombardeamentos contra a cidade de Sheraro, na fronteira com a Eritreia.
“A TPLF obteve importantes vitórias militares, com centenas de soldados eritreus mortos e feridos e quatro prisioneiros de guerra”, reivindicaram os rebeldes Tigray, num comunicado.
O porta-voz da TPLF, Getachew Reda, disse na sua conta de rede social Twitter que a intervenção militar da Eritreia em solo etíope era uma tentativa para sabotar os esforços para uma solução pacífica para o conflito.
“Está claro que o regime não vai parar por nada para arrastar a região (do Tigay) para um conflito sem fim e sabotar um esforço real ou percebido pela paz”, escreveu Getachew.
A guerra começou em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ordenou uma ofensiva contra a TPLF – o partido que governava a região – em resposta a um ataque a uma base militar federal e após uma escalada de tensão política.
A Eritreia está envolvida na guerra colaborando com o governo federal etíope e os seus militares foram acusados de graves violações de direitos humanos.
Atualmente, cerca de 9,4 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária em Tigray e nas regiões vizinhas de Amhara e Afar, segundo as Nações Unidas.
Além disso, milhares de pessoas morreram e cerca de dois milhões tiveram que fugir das suas casas devido à violência.
Em 24 de março, o governo etíope declarou uma “trégua humanitária indefinida”, pondo fim a um “bloqueio de facto” que Tigray sofria há meses, segundo a ONU.
A TPLF anunciou mais tarde uma “cessação das hostilidades” sujeita ao cumprimento dessa trégua.
Desde então, algumas organizações, como o Programa Alimentar Mundial (PAM) ou o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), conseguiram retomar suas as atividades de distribuição de ajuda humanitária na região.
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