Mok Chi Wai disse que as universidades de Macau e de Guangdong deviam ainda colaborar na criação de institutos conjuntos e no recrutamento de estudantes estrangeiros, avançou hoje a imprensa de língua chinesa.
O representante apontou como alvos os países de língua portuguesa, África, os Estados-membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático e os participantes na iniciativa chinesa ‘Uma Faixa, Uma Rota’.
Mok Chi Wai disse durante a atual sessão da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês em Guangdong que a medida iria “reforçar a influência internacional da cultura e valores chineses”.
Além de membro do membro do Comité Permanente do órgão consultivo de Guangdong, Mok Chi Wai é também presidente da Federação da Juventude de Macau.
Uma porta-voz da federação disse à Lusa que a sugestão foi apresentada em nome de vários deputados provenientes de Macau e que, por isso, “não seria conveniente” revelar mais detalhes sobre a proposta.
O Instituto Confúcio, sob a tutela de uma agência governamental chinesa, estabeleceu delegações diretamente em escolas e ‘campus’ universitários em cinco universidades portuguesas — Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Minho — em várias universidades do Brasil, Angola, Moçambique, na Universidade de São Tomé e Príncipe e na Universidade de Cabo Verde.
Desde 2011 que universidades chinesas têm criado campus ou institutos no estrangeiro, incluindo no Laos, na Malásia e no Reino Unido.
Em junho de 2021, milhares de húngaros saíram às ruas da capital para protestar contra a instalação de uma filial da Universidade Fudan, o primeiro campus de uma universidade chinesa na Europa.
A câmara de Budapeste renomeou as ruas à volta do local com nomes que invocam assuntos sensíveis para o Governo chinês: “Rua da Liberdade para Hong Kong”, “Rua Dalai Lama”, “Rua Libertem os mártires Uigur” e “Rua Bispo Xie Shiguang”, esta em homenagem a um padre católico chinês perseguido.
Em dezembro de 2019, a Universidade Fudan, considerada das mais liberais da China, anunciou a retirada dos conceitos de “liberdade de pensamento” e “integridade académica” dos princípios básicos da instituição.
Os estatutos da universidade, sediada em Xangai, foram alterados para destacar “a liderança do Partido Comunista Chinês sob a orientação do marxismo e socialismo” e a garantia de “implementar a direção, princípios e política do partido”.
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