“Este é o maior golpe deste século contra o tráfico de droga no nosso país”, congratulou-se o presidente da Colômbia, Iván Duque, ao anunciar a captura de Dairo Antonio Úsuga, conhecido pelo nome de código Otoniel. O barão da droga mais procurado no país, líder do Clã do Golfo, foi descoberto num esconderijo no meio da selva e detido este sábado, 23, numa operação conjunta das forças armadas e policais colombianas. “Este golpe só é comparável à queda de Pablo Escobar nos anos 1990”, declarou o chefe de Estado.
Otoniel, 50 anos, tinha a cabeça a prémio na Colômbia e nos Estados Unidos da América, onde integra a lista dos mais procurados da DEA, a agência americana de combate ao narcotráfico. Informações sobre o seu paradeiro valiam 700 mil euros e 4,3 milhões de euros, respetivamente, em cada país.
A captura envolveu mais de 500 operacionais e foi preparada na sequência de pistas recebidas através dos serviços secretos americanos e britânicos sobre a localização do cabecilha do Clã do Golfo, informaram as autoridades colombianas. Um polícia morreu.
O grupo atua numa dezena das 32 províncias da Colômbia, a partir da região do Golfo de Urabá, no norte do país, junto à fronteira com o Panamá. Apesar do forte abalo na organização, as autoridades de combate ao narcotráfico perspetivam uma rápida substituição na cadeia de comando do Clã do Golfo, que terá um exército a rondar os 1200 homens.
Tal como Escobar, Otoniel escapou durante anos ao radar através de uma rede de casas seguras e isoladas nos meios rurais. A sua irmã tinha sido capturada em março deste ano, sendo depois extraditada para os EUA, acusada de tráfico de droga e de lavagem de dinheiro.