Foi o primeiro cruzeiro a sair de um porto dos EUA para iniciar uma viagem em tempos de Covid, depois de 15 meses de inatividade para esta indústria: no último sábado, o Celebrity Edge saiu de Fort Lauderdale, na Flórida, com destino ao México e, depois, Ilhas Bahamas. Esta primeira viagem será comandada por Kate McCue, comandante do Celebrity Edge desde 2019.
Ninguém quer ver repetido o que aconteceu com o Diamond Princess no início do ano passado, em que uma única fonte do novo coronavírus no navio de cruzeiro japonês foi responsável por quase 700 infeções e sete mortes e, por isso, foi implementado um grande plano de segurança contra a Covid-19. O médico oficial do Celebrity Edge, Calvin Johnson, tinha já referido à CNN que toda a tripulação tinha fé nos protocolos desenvolvidos. Além disso, 100% da tripulação e pelo menos 95% dos passageiros estão vacinados contra a doença, o que reduz, por si só, o risco de as pessoas transmitirem o vírus (contudo, não há obrigatoriedade de vacinação nos EUA para quem quer fazer uma viagem de cruzeiro).
O médico e correspondente da CNN Sanjay Gupta teve acesso ao plano e procedimentos de segurança do navio de cruzeiro, propriedade do Royal Caribbean Group, e avaliou se as medidas adotadas são suficientes ou não para manter tanto a tripulação como os passageiros livres do coronavírus. Foi criado, antes de tudo, o Healthy Sail Panel, com especialistas em saúde pública, doenças infecciosas e segurança marítima e hoteleira, que desenvolveu recomendações gerais de saúde e segurança que devem ser adotadas a bordo dos navios, tendo em conta as diretrizes para navios de cruzeiro estabelecidas pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
Menos pessoas, aposta na ventilação e mudanças nos camarotes
O Celebrity Edge está a funcionar com apenas 40% da sua capacidade e vai continuar a fazer viagens durante o verão que não vão exceder 50% da lotação máxima, assim garante a empresa, para evitar aglomerações e garantir o distanciamento social. Também se apostou numa boa ventilação dos espaços, que foi avaliada por especialistas da Universidade do Nebraska. Em relação à alimentação a bordo, vão continuar a ser disponibilizados os buffets all you can eat, mas não existirá self-service.
Além disso, os passageiros foram todos colocados em camarotes com janelas viradas para fora e os membros da tripulação têm os seus próprios camarotes. Também existem horários em espelho de entrada e saída nos locais, com o objetivo de não haver acumulação de pessoas e um exercício de segurança obrigatório, realizado virtualmente no início de cada viagem. Os passageiros que não estão vacinados – 5% optaram por não revelar o seu estado de vacinação, – são obrigados a usar máscaras nas zonas públicas e têm, também, que realizar testes à Covid-19, tanto para embarcar como durante a viagem, por conta própria.
Existem protocolos de isolamento e quarentena, assim como medidas de desinfeção de espaços se, mesmo com todas as medidas de segurança, houver um surto de Covid-19. Além disso, o Celebrity Edge está preparado para prestar cuidados a mais de 30 doentes, com quatro camas de cuidados intensivos a bordo. Toda a área médica tem um sistema de ventilação independente. No caso de haver urgência em retirar pessoas do navio, o Royal Caribbean Group tem acordos com vários países, que facilitam o desembarque em diferentes portos.