A declaração, difundida pela televisão estatal iraniana, atribuiu o derrube do aparelho a um erro. Até aqui, o Irão tinha negado que um míssil fosse responsável pelo acidente.
Mas os Estados Unidos e o Canadá afirmaram, citando informações dos respetivos serviços de segurança, que o acidente foi causado por um míssil iraniano.
O avião, um Boeing 737 da companhia aérea Ukrainian International Airlines, descolou de Teerão, com destino a Kiev, despenhando-se dois minutos após a descolagem nos arredores da capital iraniana.
O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.
O Presidente da Ucrânia já exigiu a punição dos responsáveis e o pagamento de indemnizações por parte do Irão.
“A manhã trouxe a verdade. A Ucrânia insiste num pleno reconhecimento de culpa. Esperamos do Irão que leve os culpados à justiça, devolva os corpos, pague uma indemnização e publique um pedido de desculpas oficial”, escreveu Volodymyr Zelensky na sua conta do Twitter.
Também o primeiro-ministro do Canadá, país de origem de dezenas dos passageiros mortos na queda do avião, exigiu hoje “transparência” na realização de um “inquérito completo e aprofundado” para apurar responsabilidades. “A nossa prioridade continua a ser esclarecer este caso num espírito de transparência e justiça”, afirmou Justin Trudeau, em comunicado.
“Esta é uma tragédia nacional e todos os canadianos estão de luto. Vamos continuar a trabalhar com os nossos parceiros em todo o mundo para garantir a realização de um inquérito completo e aprofundado”, afirmou. Trudeau acrescentou que “o Governo do Canadá espera a plena colaboração das autoridades iranianas”.
O Presidente do Irão afirmou este sábado que o país “lamenta profundamente” ter abatido um avião civil ucraniano, sublinhando tratar-se de “uma grande tragédia e um erro imperdoável”.
com Lusa