Se se provar que a corrupção foi inevitável, ela não deverá ser punida, na Rússia. Esta é, pelo menos, a proposta apresentada pelo ministro da Justiça para desculpar a chamada pequena corrupção. Pequena ou grande, acrescente-se, porque a proposta de alteração dita que figuras públicas e de órgãos oficiais possam ser ilibadas se as “circunstâncias objetivas” tornarem impossível o cumprimento das leis anti-corrupção. Ou seja, se se alegar motivos de “força maior”. No entanto, o documento não entra em pormenores acerca das circunstâncias em que os conflitos de interesse, suborno, fraude e outras ofensas do género poderão ser descriminalizadas.
Esta adenda à lei é ainda mais preocupante quando se sabe que, na lista publicada pelo grupo Transparency International, a Rússia aparece com 28 pontos no índice de corrupção, sendo que um país com 100 seria o menos corrupto do mundo.
Sabe-se também que o suborno tem sido o tipo de corrupção que mais cresceu, em 2018, e a maioria dos casos encontram-se entre os funcionários do Ministério do Interior, com mais de 790 empregados acusados. E assim se explica a urgência da recente medida do ministro da Justiça.