Aviões e navios de sete países, como Uruguai, Chile, Brasil, Peru, Estados Unidos ou Reino Unido, juntaram-se aos esforços da Marinha argentina para encontrar o submarino desaparecido desde a semana passada, numa corrida contra o tempo.
“Triplicámos os esforços de busca, tanto à superfície como debaixo de água”, anunciou Gabriel Galeazzi, porta-voz da base naval Mar Del Plata, explicando que alguns navios estão a reconstituir a rota planeada do ARA San Juan, enquanto outros batem toda a área.
O que se sabe, para já, sobre o caso:
Quando deu sinal pela última vez?
Na madrugada de dia 15, quando estava no Golfo de São Jorge, a algumas centenas de quilómetros ao largo da costa da região da Patagónia e a cerca de meio caminho entre as bases navais. “O navio retornou à superfície e comunicou uma avaria. O comando ordenou então ao submarino que alterasse a rota e se dirigisse para o Mar da Prata”, anunciou esta segunda-feira Gabriel Galeazzi, em conferência de imprensa.
O protocolo de busca foi ativado no dia seguinte.
No sábado, a Marinha recebeu breves contactos via satélite, que se supunham poder ser do submarino, o que não se confirmou.
O porta-voz da Armada da Argentina, Enrique Balbi, disse que foi recebido “o relatório da empresa que analisou os sinais e as sete tentativas de contacto não correspondem ao submarino”.
O que pode ter acontecido?
À CNN, William Craig Reed, um antigo mergulhador e tripulante de submarinos da Marinha norte-americana, explica que o aparelho pode ter sofrido uma “falha catastrófica”, mas que também pode ter sido algo de menor importância mas que levou o submarino a ficar preso nalgum sítio.
Quais são as probalidades de a tripulação ser encontrada com vida?
O ARA San Juan é um submarino a diesel, que tem menos tempo de submersão do que um submarino nuclear. O tempo exato que o submarino ficar debaixo de água depende da última vez que carregou as baterias, repôr o oxigénio, vindo à superfície, do peso que leva a bordo… Se o aparelho tiver afundado mas estiver intacto, é possível que a tripulação tenha entre 7 a 10 dias de oxigénio, avança a CNN.
Já o analista naval e responsável da academia de defesa australiana James Goldrick, disse ao site news.com.au que as hipóteses de os tripulantes serem encontrados com vida diminui a cada hora que passa.
É muito difícil encontrar um submarino afundado?
Sendo um aparelho concebido para não ser detetado, um submarino desaparecido é um quebra-cabeças. Se estiver afundado, é pouco provável que ponha os motores a funcionar ou outro equipamento que lhe permitiria ser detetado pelo sonar.
Além disso, o que tem dificultado as buscas?
As condições meteorológicas, com ondas com seis a oito metros de altura.
Em que estado está o submarino?
O San Juan, de construção alemã, data dos anos 80, mas foi alvo de uma revisão profunda em 2014, quando recebeu motores e baterias novos. Assumindo que o casco está intacto, pode aguentar profundidades entre os 500 e os 600 metros, o que são boas notícias caso tenha afundado no leito continental da Argentina. Mas se se afundou no Oceano Atlântico, aí há o risco de o casco não aguentar a pressão.