A juíza da Audiência Nacional espanhola que está a julgar o processo catalão decretou hoje, em Madrid, a prisão incondicional para oito ex-ministros regionais, entre eles Oriol Junqueras, vice-presidente de Carles Puigdemont.
A juíza estipulou ainda uma fiança de 50.000 euros para um outro esperar pelo julgamento em liberdade. Trata-se do ministro regional Santi Vila que se tinha demitido do cargo poucas horas antes de a Generalitat ter sido afastada por decisão do Governo espanhol de Mariano Rajoy
O tribunal considera que há risco de fuga ao julgamento destes oito membros do executivo regional (Generalitat) destituídos, que foram ouvidos hoje de manhã por suspeitas de delito de rebelião, sedição e desvio de fundos e arriscam penas de prisão até 30 anos.
Os restantes cinco membros da Generalitat, entre eles o presidente destituído, Carles Puigdemont, faltaram à audição por estarem ausentes no estrangeiro.
O Ministério Público acusa os 14 antigos membros do executivo catalão, entre os quais Puigdemont, e seis deputados regionais, incluindo a presidente do parlamento, de delitos de rebelião, sedição e desvio de fundos, arriscando-se a penas que vão até 30 anos de prisão.
O presidente demitido do Governo catalão deslocou-se no início da semana à Bélgica e afirma que só regressará a Espanha quanto tiver “garantias imediatas de um tratamento justo, com separação de poderes”, o que considera não ser o caso.
Se os juízes assim decidirem, os suspeitos que não se apresentarem nas audições de hoje e sexta-feira podem ser detidos pela polícia e, no caso de ausência no estrangeiro, poderá ser emitido um mandado de detenção internacional.
O parlamento regional da Catalunha aprovou na passada sexta-feira a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupava.
O executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou no sábado a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o Governo catalão, entre outras medidas.
Entretanto, também esta manhã Supremo Tribunal decidiu colocar os seis deputados regionais, entre eles a presidente do parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, em vigilância policial até daqui a uma semana, quando voltarão a ser ouvidos pelo tribunal.
O juiz aceitou o pedido do procurador depois da decisão de suspender as audiências, que começaram esta manhã, até quinta-feira, 09 de novembro.
O Ministério Público não se opôs ao adiamento das audições, mas pediu como medida cautelar a vigilância policial para Forcadell e os cinco membros da Mesa do parlamento