Numa aparente contradição ao desmentido da Casa Branca às revelações desta terça-feira do Washington Post, Donald Trump diz que “tem todo o direito” a partilhar informação com a Rússia e que o fez por “razões humanitárias.
Segundo o jornal, o Presidente dos Estados Unidos disponibilizou a Lavrov informação relacionada com a possibilidade de os extremistas utilizarem computadores portáteis para realizarem algum tipo de ataque terrorista em voos comerciais. Esta informação foi proporcionada por um país aliado dos Estados Unidos e o seu conteúdo é de tal forma secreto que outros parceiros não tiveram acesso a ele, segundo fontes citadas pelo Post.
Depois de a Casa Branca classificar como “falsa” a notícia, com o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, o general H.R. McMaster, a garantir que “estava lá” e que isso “não aconteceu”, Donald Trump recorreu, mais uma vez, ao Twitter, para dar a sua versão do episódio.
“Como Presidente, quis partilhar com a Rússia (numa reunião na Casa Branca marcada às claras), o que tenho todo o direito de fazer, factos relativos ao terrorismo e à segurança aérea”, twitou o Presidente dos EUA.
Segundo o Washington Post, a gravidade das revelações de Trump levaram a Casa Branca a informar imediatamente a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla inglesa) e a Agência Nacional de Segurança (NSA) para reduzirem o impacto das revelações, que podem afetar a capacidade de Washington e dos seus aliados de detetar novas ameaças.
A reunião de Trump com os enviados russos aconteceu um dia depois de o Presidente norte-americano ter despedido o diretor do FBI, James Comey, que liderava uma investigação a uma alegada coordenação da campanha eleitoral de Trump com o Kremlin.