O Parlamento Europeu notificou o UKIP, o partido de Nigel Farage que lutou pela saída do Reino Unido da União Europeia, a devolver, até 21 de dezembro, €172,6 mil de fundos comunitários. Verba que, diz um relatório agora tornado público pela imprensa inglesa, foi usada em questões nacionais que tinham por objetivo a eleição do líder a Primeiro-ministro. Estão em causa pesquisas de opinião e análises em círculos eleitorais onde o partido esperava ganhar assento nas eleições gerais do Reino Unido do ano passado e também ações em defesa do referendo que conduziu ao Brexit em junho último.
Depois de uma auditoria interna, o Parlamento Europeu concluiu que essas atividades não eram elegíveis para o financiamento, pedindo agora o reembolso das verbas respetivas. De acordo com um comunicado de imprensa, as atividades em questão “não estavam em conformidade com as regras aplicáveis às subvenções a partidos e fundações”.
Além disso, em carta enviada para o grupo Aliança para a Democracia Direta na Europa, no qual o UKIP é um dos membros mais importantes, o Parlamento Europeu informa que também não serão entregues €248,3 mil em subsídios inicialmente previstos.
Nigel Farage ficou irritado com a decisão e a acusação de que o partido tinha desperdiçado o dinheiro comunitário, sem nunca se recusar, no entanto, a efetuar o reembolso pedido. Mas não deixou de se vitimizar, alegando ser “o líder mais investigado da História” e pedindo que se olhe para os montantes gastos nas campanhas de grupos a favor da continuidade do Reino Unido na UE.