Começaram a chegar as primeiras 300 doses do carregamento à Libéria, sendo a primeira remessa a chegar a um dos três países mais afetados pela epidemia. A vacina servirá como base da primeira experiência de grande escala após a Organização Mundial de Saúde (WHO) ter declarado que a epidemia está a mostrar sinais de diminuição.
Os investigadores têm o objetivo de inscrever 30 mil pacientes nesta experiência dirigida pela companhia farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK), com um terço deles a receber a vacina.
Atualmente a vacina está a ser testada em experiências de segurança na Grã-Bretanha, Estados Unidos, Suíça e Mali, projeto onde estão envolvidos 200 voluntários.
“A fase inicial está a encorajar e a dar-nos confiança para prosseguirmos para as próximas fases de ensaios clínicos, que envolverá a vacinação de centenas de voluntários, incluíndo profissionais de saúde de primeira linha,” explicou Moncef Slaoui, chefe das vacinas globais na GSK. A vacina ainda está em desenvolvimento e não poderá ser implementada enquanto não se provar ser segura e eficaz, explicou aquele responsável.
O Professor Jonathan Ball, da Universidade de Nottingham, afirmou que isto é “passo importante” na luta contra a Ébola e esclareceu que “de forma a mostrar que a vacina funciona, é necessário realizar a fase III de experimentação nas pessoas em maior risco.”
“Estas vacinas também precisam de armazenamento frigorífico, o que nem é sempre fácil de garantir”, rematou.
Margaret Chan, diretora geral da Organização Mundial de Saúde disse que “os vírus não precisam de vistos para atravessarem fronteiras”, acrescentando ainda que a resposta internacional a futuras epidemias tem de ser melhor coordenada.
Especialistas e políticos reuniram-se este ano no Fórum Económico Mundial em Davos e discutiram a epidemia, salientando o risco de ameaças pandémicas.
Recorde-se que desde que a epidemia apareceu na Guiné há um ano, já foram diagnosticados 21,724 casos em nove países diferentes e 8,641 mortes.