A expressão musical Mariachi é uma tradição do México. Uma tradição que resultou de um processo de hibridação ocorrido nos séculos XVIII e XXI. Nessa época surgiram grupos em comunidades rurais que combinaram instrumentos provenientes da Europa com ritmos e estilos de dança africanos.
Em tempos ligada a regiões locais, a palavra mariachi passou, mais tarde, a ser sinónimo de festividades e, posteriormente, a ser o nome dos grupos musicais que colaboravam na busca de uma identidade para a região.
O reportório dos mariachi incluia vários tipos de interpretação. O “son” e o “jarabe” eram as suas principais formas e os minuetos estavam reservados para o género religioso.
Já no século XX, durante a emigração de mariachis para a cidade do México, estes adotaram o traje do “charro” – cavaleiro mexicano e cavaleiro de rodeo – e introduziram o trompete na sua música. A meio do século passado, o mariachi foi reconhecido como símbolo musical do México.
O mariachi reúne ritmos e letras que caracterizam uma vida de paz e a sentimentalidade dos mexicanos emigrantes, unindo elementos da identidade cultural da nação.
A par disso, a música mariachi também incorporou um repertório clássico internacional e instrumentos como a “vihuela” (um instrumento anterior à guitarra que hoje conhecemos) e o “guitarrón” (um tipo de baixo) em orquestras sinfónicas.
Segundo a candidatura apresentada à UNESCO, o mariachi é uma das expressões multiculturais que sintetizam a identidade mexicana pois as músicas populares “representam a transmissão de valores simbólicos”. O mariachi “retrata o amor pela terra, pela cidade natal, pela nação, religião, natureza, pela mulher e a força de um país”.