De ambição é feito o mercado, e sobretudo o automóvel, que tem lidado com uma transição muito acelerada ao longo das últimas décadas. Mas também é preciso saber quando dar um passo atrás, para que não se comprometa o percurso. A Volvo não quis, até agora, dar o braço a torcer, mas anunciou esta quarta-feira que, apesar dos seus esforços, deixou cair a determinação de chegar 100% elétrica a 2030.
Agora, o objetivo é garantir que 90% a 100% das suas vendas são de veículos eletrificados – o que inclui também híbridos plug-in – uma vez que as condições de mercado se alteraram, referiu o CEO da Volvo, Jim Rowan, esta manhã, durante a apresentação do seu novo desportivo totalmente elétrico.
“Estaremos prontos para nos tornarmos totalmente elétricos nesta década”, referiu ainda o responsável da marca, acrescentando que “os clientes e os mercados andam a diferentes velocidades “. As vendas dos veículos elétricos têm estado a cair, a nível global, sobretudo devido aos seus preços ainda 20% a 30% superiores aos que têm motores a combustão.
As recentes determinações da Europa, dos EUA e do Canadá sobre a aplicação de tarifas alfandegárias mais altas sobre os automóveis produzidos na China estão também a contribuir para esta alta dos preços, numa altura em que o setor automóvel se debate com vários desafios.
Ainda esta semana a Volkswagen anunciou que planeia fechar fábricas e despedir trabalhadores, na Alemanha, para contrariar o peso nas contas de um mercado em contração.
Analistas do HSBC ouvidos pelo Financial Times estimam que as vendas dos automóveis elétricos representem 14,8% das transações globais na Europa, o que compara com os 14,5% registados no ano passado.