A nossa economia não está a funcionar. Com crises violentas, produtividade em queda e desigualdade crescente, não é uma coincidência que essa desilusão económica seja acompanhada de tendências autocráticas emergentes, um pouco por todo o mundo. É essa tese que Martin Wolf desenvolve no seu mais recente livro, A Crise do Capitalismo Democrático (Gradiva). Em entrevista à VISÃO, o autor explica que é o desconforto com o presente que leva tanta gente a cair nos braços de vendedores de nostalgia, de que é exemplo Donald Trump, e admite que podemos ter chegado ao fim da linha deste sistema, em que as últimas décadas serão “um pequeno intervalo na longa História humana de autocracia, plutocracia e repressão”. Um dos comentadores mais influentes da atualidade, Wolf lembra que, no passado, já transformámos o nosso sistema económico e propõe um novo New Deal, não revolucionário mas suficientemente radical, capaz de devolver a esperança às pessoas.
Temos de começar com o que está a acontecer no Médio Oriente. É filho de dois refugiados judeus. Como viu o ataque do Hamas e a retaliação de Israel?
A minha ligação com Israel é ainda mais pessoal. A família mais próxima do meu pai foi para a Palestina em 1939. Essa família é hoje israelita. A família paterna, tirando eu e o meu irmão, é israelita. Somos próximos, portanto sei o que isto significou para eles.