Guerra, inflação e mercados em dificuldades. A conjuntura era difícil, mas a Archer Daniels Midland (ADM) prosperou como nunca em 2022. “Estivemos a todo o vapor e penso que todas as unidades de negócio bateram recordes”, disse o CEO da multinacional norte-americana numa conferência com analistas. A ADM é uma das maiores empresas de comércio de cereais do mundo e as suas decisões têm longos efeitos nas cadeias de distribuição alimentar. Desde o início da pandemia, os seus lucros triplicaram, assim como o seu poder para ditar preços. Se em 2019 a empresa conseguia ganhar pouco mais de €2 por cada €100 de vendas, no ano passado a proporção duplicou para mais de €4.
A história da ADM é a história de muitas multinacionais em 2022, segundo um levantamento das margens de lucro feito pela VISÃO. E contrasta com o ano duríssimo de perda de poder de compra para as famílias. Agricultura, fertilizantes, petróleo e certas áreas tecnológicas foram alguns dos setores em que os gigantes empresariais mais conseguiram aumentar a sua fatia. Têm as empresas deitado combustível na fogueira dos preços altos ou estão apenas a refletir os seus custos de produção mais elevados?
