
Com apenas 6 anos, a filha mais nova de Pedro Queiroz Pereira quis mostrar ao pai que já tinha uma veia empreendedora. Na altura, o industrial português, a mulher, Maria Rita Mendes de Almeida, e as três filhas – Filipa, Mafalda e Lua – ainda viviam no Brasil, onde Pedro Queiroz Pereira se notabilizara como PêQuêPê nas corridas de carros, tornando-se grande amigo do piloto Ayrton Senna. Lua Queiroz Pereira aproveitou essa amizade para fazer negócio. Pediu à lenda da Fórmula 1 para lhe autografar umas t-shirts e foi para a escola vender uns exemplares às amigas.
Afinal, apesar de já haver dinheiro na família, o pai não era propriamente um mãos-largas na distribuição de mesadas ou presentes. Era rico, mas comedido. Se dava dinheiro às filhas para um chocolate, quando elas voltavam da loja perguntava logo onde estava o troco. Não vestiam marcas de luxo. E quando viajavam de avião nunca o faziam em primeira classe. PêQuêPê fazia questão de ensinar às filhas o valor do dinheiro – não era raro dizer-lhes, no final de um jantar num bom restaurante: “Espero que a vida vos corra bem e possam voltar aqui. Não é uma certeza. Deem-lhe valor.”
Pedro Queiroz Pereira era um pai em busca permanente de lições práticas de gestão. Uma das histórias mais contadas na família aconteceu precisamente com a filha Lua, quando já tinham regressado a Portugal. Aos 13 anos, a menina começou a montar a cavalo e, em pouco tempo, já participava em concursos de hipismo, na disciplina de obstáculos. Não demorou até que o pai lhe abrisse uma microempresa para gerir os patrocínios, os treinadores e a compra e venda de cavalos: a Ecolua – Actividades Desportivas, que ainda hoje existe. Dizem que PêQuêPê o fez mais por brincadeira. Perante a dimensão do seu património, a empresa lidava com tostões. Mas Lua, apesar de ser a mais rebelde das irmãs, levava a coisa muito a sério. E o pai não vergava: só para testar as escolhas da filha, fingia que era a valer.
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