O aumento do rendimento real das famílias, um ligeiro decréscimo do desemprego e as expectativas positivas quanto à evolução das finanças em Portugal são as justificações apontadas pelo Banco de Portugal para rever o crescimento do consumo das famílias para 2,1 por cento. Um indicador que, aliás, tem sido uma das principais almofadas nas finanças públicas perante a quebra das exportações e do investimento. No Boletim Económico de junho, divulgado esta quarta-feira, o Banco de Portugal reviu o crescimento do PIB este ano para 1,3%, acompanhado de um forte ajustamento da evolução das exportações para 1,6% e do investimento, agora a situar-se nos 0,1 por cento.
O regulador bancário mostra-se cauteloso neste novo boletim, antecipando uma recuperação moderada da atividade económica ao longo do período compreendido entre 2016 e 2018. Apesar da lenta recuperação iniciada em 2013, a economia nacional deverá continuar a crescer num ritmo moderado e, conforme alerta no boletim, “importa realçar que a atual recuperação ocorre num enquadramento caraterizado por um elevado nível de endividamento dos vários agentes económicos- quer públicos quer privados- e pela necessidade de prossecução do ajustamento dos seus balanços”. Perante este cenário, o Banco de Portugal não descarta a possibilidade de o Governo ter de avançar com medidas adicionais para cumprir a meta do défice imposta pela Comissão Europeia.