Segundo os mais recentes dados do Índice para uma Vida Melhor, desenvolvido pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), a satisfação com a vida é alta em países como a Dinamarca, a Noruega, a Islândia, a Finlândia, a Suíça ou a Nova Zelândia.
No fundo da tabela, ou seja, pouco satisfeitos com a vida, encontram-se as populações de países como a Turquia, a Hungria, a Estónia e… Portugal. Na verdade, somos o povo número 1 na insatisfação entre os 34 membros da OCDE.
“A satisfação com a vida é especialmente alta em países que têm altos níveis de empregabilidade, que oferecem empregos com qualidade e que estão bem situados no que diz respeito à Saúde das suas populações. Já nos países em que a satisfação é mais baixa, os níveis de emprego e, frequentemente, a esperança média de vida está abaixo da média da OCDE”, refere a organização.
No geral, o índice mostra que ter um bom emprego e uma boa saúde são os dois principais motivos para se estar satisfeito com a vida. Mas há outros a valorizar. Por exemplo, ter uma boa rede de amigos e de contatos, uma vida equilibrada entre trabalho e lazer e segurança.
Na questão dos amigos, os neozelandeses são os campeões: 99% dizem que têm alguém em quem confiar. Já os portugueses ficam a meio da tabela, 85 por cento. Atrás, estão países como o Chile, a Grécia, o México ou a Coreia.
A educação é outro fator a ter em conta. “As pessoas com um grau universitário tendem a ter maiores índices de satisfação com a vida do que quem apenas completou a educação primária”, conclui a OCDE.
O índice da OCDE mostra que os países onde as famílias têm mais “saúde financeira” são os Estados Unidos da América, a Suíça e o Japão. À exceção da Suíça, não são os países onde as pessoas se mostram mais satisfeitas com a vida. Em 34 estados, a Suíça ocupa o primeiro lugar na satisfação com a vida, mas os EUA só aparecem em 14.º lugar e o Japão fica-se pelo 25.º.
Ficamos sem saber se, afinal, o dinheiro traz ou não felicidade. Mas recentemente, numa entrevista à VISÃO, o Nobel da Economia Angus Deaton respondia assim a esta grande questão:
“Se uma pessoa não tem dinheiro suficiente para fazer o tipo de coisas pelas quais vale a pena viver (socializar, sair com os amigos) ou se não tem dinheiro no quotidiano para, por exemplo, mandar reparar o que se parte… então é duro porque essa pessoa preocupa-se muito e não pode fazer coisas que lhe trazem felicidade. Mas fora dessa zona de pobreza ou mesmo um pouco mais acima, então eu acho que mais dinheiro não vá fazer muito mais pela melhoria da experiência diária da felicidade. Mas uma coisa é a felicidade; outra é a satisfação com a vida. E quando perguntamos às pessoas se estão satisfeitas com a vida, então não há limites para o que o dinheiro pode trazer – quanto mais dinheiro, mais satisfação. Ou seja, concluo que o dinheiro compra a satisfação; não tanto a felicidade.”