Numa altura em que o panorama dos depósitos a prazo é desolador (a taxa de juro média, para depósitos até um ano, é de 0,49%, segundo o Banco de Portugal), o Estado “ataca” com um novo produto. Chama-se Obrigações do Tesouro de Renda Variável (OTRV) e começa a ser vendido esta terça-feira, 26, aos balcões dos bancos.
Este produto está disponível para subscrição até dia 16 de maio e oferece um prémio de 2,2%, a acrescentar à taxa Euribor a seis meses. No entanto, como a Euribor tem andado a rondar os 0% – e assim deverá manter-se -, na prática a taxa de juro anual bruta destas OTRV é de 2,2 por cento.
O investimento nestas Obrigações do Tesouro começa nos mil euros e tem um teto máximo de um milhão de euros. O prazo é de cinco anos e os juros são pagos semestralmente, a 19 de maio e a 19 de novembro de cada ano. Mas serão estas OTRV tão seguras quanto um depósito a prazo?
As Obrigações do Tesouro, como os Certificados de Aforro, são títulos de dívida pública. Isso quer dizer que têm um risco associado ao Estado que os emite. No limite, quem empresta sabe que corre sempre o risco de não ver o seu dinheiro ser devolvido.
Ainda que não tenham um fundo de garantia como o dos depósitos a prazo – em que o capital está sempre garantido até aos 100 mil euros, mesmo em caso de bancos que vão à falência – a garantia do Estado português, pese embora a classificação de “lixo” que as agências de rating têm vindo a atribuir, tem sido suficiente para um investidor de perfil mais conservador.
Além destas novas Obrigações do Tesouro de Renda Variável, o Estado português oferece outros dois produtos. Os muito conhecidos Certificados de Aforro, disponíveis para subscrição nos CTT, dirigem-se a investimentos de montantes reduzidos, a partir dos 100 euros. A taxa de juro para as novas subscrições é de 0,766 por cento.
Além disso, existem os Certificados do Tesouro Poupança Mais, também disponíveis nos Correios. Aqui, o investimento mínimo é de mil euros e a taxa de juro varia entre os 1,25% no primeiro ano e os 3,25% no quinto ano.