O défice português ficará, este ano, nos 3%, um valor que coloca o País com um pé de fora do âmbito do Procedimento por Défice Excessivo. A previsão da OCDE, divulgada hoje, 9 de novembro, é igual à da Comissão Europeia, tornada pública há cinco dias.
A organização, liderada por Angel Gurría, justifica este valor (acima dos 2,7% projetados pelo Governo), com o abrandamento do “ritmo de consolidação orçamental” e com “a despesa acima do orçamentado e um crescimento da receita mais baixo vão fazer com que seja mais difícil alcançar a meta de um défice de 2,7% do PIB em 2015”, diz a OCDE, citada pela Lusa.
Já o nosso Produto Interno Bruto deverá crescer 1,7% este ano e 1,6% em 2016 e a taxa de desemprego está em queda, passando de 12,3% em 2015 para 11,3% em 2016.
Este relatório da OCDE é elaborado pelo departamento de Estudos Económicos Nacionais, que é liderado por Álvaro Santos Pereira, ex-ministro da Economia de Pedro Passos Coelho.
A instituição aponta a “instabilidade política”, como fator que pode abrandar as reformas, “o que vai pesar nas perspectivas de crescimento de médio prazo”. Mas há outros aspetos a ter em conta: o declínio da atividade em Angola, o alto endividamento público e privado e a baixa rentabilidade dos bancos são o calcanhar de Aquiles de Portugal para os próximos tempos.