Natural de Gondomar, Ricardo Filipe da Silva Braga, mais conhecido como Ricardinho, é unanimemente considerado o melhor jogador português e um dos melhores do mundo de sempre.
Baixinho para o futebol
Não é normal uma pessoa mudar de clube, e ainda menos quando a mudança é tão radical como de portista para… benfiquista. A verdade é que foi o que sucedeu com Ricardinho. E a explicação é simples: aos 13 anos, depois de ter dado nas vistas num jogo entre o Cerco do Porto e o Salgueiros, foi prestar provas nas camadas jovens do seu (então) clube do coração mas acabou chumbado, com o argumento de que era muito baixinho. Três anos depois, com apenas 16, foi contratado para a equipa de futsal do Benfica, onde viria a tornar-se um ídolo. Os dez anos que passou na Luz, as amizades e os laços que criou com os adeptos acabaram por influenciar essa mudança de cor clubística, que o próprio assume sem complexos.
Se é redondo é bola
Filho de uma família humilde, cresceu num bairro social de Gondomar. Em setembro passado, em entrevista ao Expresso, contou que “até achava que aquilo era um condomínio fechado de grandes condições, porque tinha um ringue”. O jeito para a bola estava lá e os mais velhos até lhe chamavam ‘Maradona’, um craque que só mais tarde, e graças à internet, viria a saber quem era. Na altura, tudo lhe servia para jogar, até mesmo as laranjas e as maçãs que o pai trazia do mercado abastecedor. Este é que não achava piada e dava-lhe uns raspanetes “porque a fruta era para comer e não para estragar”.
Respeito e golos
São vários os golos fantásticos de Ricardinho, mas nem isso o fez perder a humildade e o respeito dos adversários. O caso mais recente ocorreu frente ao Peñiscola. Ao aperceber-se que o português estava lesionado, a equipa adversária atirou a bola para fora mesmo estando em condições de fazer golo.
O ídolo tatuado
Apesar de já ser a terceira vez que é considerado o melhor jogador do mundo (2010, 2014 e 2015), Ricardinho não esconde que o seu grande ídolo é Falcão, o futsalista brasileiro que já venceu o galardão por quatro vezes. Fascinado com os truques, dribles, os golos e a magia de Falcão, que viu pela primeira vez no YouTube, Ricardinho tatuou mesmo na perna uma enorme bola de futsal com o nome do jogador brasileiro e a frase ‘the number one’ (o número um).
Indignação salarial
É, provavelmente, o jogador de futsal mais bem pago do mundo, mas quando chegou a Espanha muitos desconfiavam se iria brilhar na melhor liga do mundo à mesma altura a que o fez em Portugal, na Rússia e no Japão. Ricardinho rapidamente desfez as dúvidas e é hoje a grande estrela da liga espanhola. Ainda assim, e apesar do reconhecimento e do respeito pelo Benfica, o jogador português não deixou de criticar os salários dos jogadores de futebol e deu o exemplo do vencimento do marroquino Taarabt, que praticamente nunca jogou na I Liga e recebia 2 milhões de euros por ano. “Por isso a minha indignação e ter saído para o Japão”, escreveu, no Twitter.