Mais do que uma tarefa dura, pode dizer-se que é uma missão ingrata: carregar nos ombros o peso de atores de comédia consagrados como António Silva e Vasco Santana. “O Vasco Santana tinha mais peso do que o António Silva”, frisa César Mourão, 36 anos. Miguel Guilherme, 57 anos, sorri, antes de voltar ao significado figurativo da palavra. “Vão fazer-nos sentir esse peso”, avisa. E acrescenta: “Eu tenho uma certeza: o que nós fizemos não é melhor do que o que eles fizeram.” A adaptação aos tempos modernos de O Pátio das Cantigas, realizada por Leonel Vieira, em exibição desde quinta-feira, 30 de julho, tem Miguel Guilherme na pele do Evaristo do século XXI, dono de uma mercearia gourmet, e César Mourão no corpo de Narciso, agora um palrador motorista de tuk-tuk. Tal como no filme original de 1942, ambos lutam pelo coração de Rosa, agora interpretada por Dânia Neto. E a propósito…
Qual de vocês conseguiu primeiro o telefone da Dânia Neto?
Miguel Guilherme: [César Mourão ri] Eu não tenho nem o telefone da Dânia… [vira-se para César] e nem o teu telefone.
César Mourão: Olha, já viste? Eu tenho o telefone da Dânia, portanto fui o primeiro a consegui-lo. Mas, por acaso, já o tinha. Tínhamos trabalhado juntos no [programa da SIC] Vale Tudo.
MG: És mais bom colega que eu. Mais atencioso. Ou, então, és alguma coisa pior, que eu não digo.
CM: [A rir.] Não é o caso. Já o tinha, já o tinha.
Estão preparados para a comparação com o filme original?
MG: A comparação não vai ser nada agradável. Não faço ideia de como as pessoas vão reagir. Mas há uma certeza que eu tenho: o que nós fizemos não é melhor do que o que eles fizeram. Não é. O que não quer dizer que o público não se divirta com este.
O tempo não cria alguma injustiça nestas comparações?
MG: Sim, muitas vezes. A mim, já me aconteceu as pessoas dizerem mal de coisas que fiz e, 10 anos depois, dizerem que esse trabalho tinha sido maravilhoso. A ti, se calhar, ainda não deu tempo para isso acontecer.
CM: Ainda não.
MG: Os atores têm de se habituar. Estamos sempre a ser julgados. Um ator que não se habitue a isso está lixado.
CM: Nem “este gajo é um tonto” é verdade nem “este gajo é o maior” é verdade. O nosso sítio é ao meio.
MG: Eu amo todos os trabalhos que faço. E, depois, com o tempo, é que vejo: “Espera aí, ali foi melhor, ali foi pior.” O tempo é um bom conselheiro.
CM: O tempo é como uma peneira. E, se não fores sólido, o vento leva-te.
Que características têm em comum com as vossas personagens, Evaristo e Narciso?
MG: Ó diabo! Mau génio.
CM: Eu vou dizer uma coisa muita lamechas: é o lado mais romântico. De resto, não tenho muito a ver com o Narciso. Ele é um boémio, e eu nem bebo muito.
Também já vos aconteceu lutarem com um amigo pela mesma mulher?
MG: Hum!… Já me aconteceu estar apaixonado por uma mulher e, depois, um amigo meu ficar com ela [César ri]. Mas nunca, nunca, ninguém soube. Nunca me aconteceu essa cena de ver quem conquista quem.
CM: A mim, aconteceu talvez quando era mais novo. Mas uma coisa séria, não.
Já se conheciam antes do filme?
MG: Lembro-me quando te conheci. Tu lembras-te?
CM: Conheci primeiro o Miguel, do que o Miguel a mim.
MG: Não! Estou a dizer é a gente ver-se mesmo. Foi quando fizeste aquela coisa das fotografias, lembras-te?
CM: Ah, exatamente!
MG: E pediste-me para fazer o remake do Singing in the Rain.
O Miguel, quando tinha a idade do César, via-se onde está hoje?
MG: Eu não sei que idade tem o César.
CM: 36. 37 no mês que vem.
MG: Eu não sabia, então, como ia ser o meu futuro, mas gostava que passasse por continuar a representar. Nunca pensei no lado material, se ia ficar rico…
O César imagina-se, daqui a 20 anos, a fazer a mesma coisa?
CM: Sim. Eu não projeto muito. Não ambiciono essa coisa de ter negócios, que está muito em voga. A minha preocupação é fazer um trabalho digno, e com o qual me identifique.
Quando foi a primeira vez em que cada um representou no palco?
MG: Foi no Teatro da Comuna, no fim dos anos 70. Eu tinha 19, 20 anos. Era uma peça do Brecht: Homem morto, homem posto.
CM: A minha primeira vez foi no Auto da Índia, em que fazia uma personagem que era o Lemos. Deram-me aquele papel na escola e eu pensei: “Eh, o papel é ‘muita’ pequenino, que chatice do caraças!” E entro em palco, digo a primeira frase e começa tudo a rir. E eu penso: “Caraças, isto nem é para rir. Se calhar estão a gozar comigo. Não sou [feito] para isto.”
Isso foi com que idade?
CM: Com… 14 anos. Depois, fui fazendo teatro na escola, mas eu estudava formação técnica de desporto. Vejam bem a parvoíce. Lembro-me de um encenador, de um teatro de Sintra, que dizia: “Pá, devias seguir isto.” Até que acabo o 12.º ano, faço as provas para entrar na Faculdade de Motricidade Humana, e penso: “E se eu fosse experimentar fazer a prova de aptidão ao Chapitô?” E lá fui.
Nessa altura, que referências tinham?
CM: Olha, uma das minhas referências está aqui ao meu lado. A sorte que eu tenho…
MG: Referências? Eu, quando comecei, não tinha grandes referências. Tinha visto uma ou duas peças de teatro na minha vida. O que é que uma pessoa queria ser? Ator de cinema. Tu, quando vês cinema, achas que aquilo é fácil, não é? Quando se pensa em ser ator, não se pensa em ser ator de teatro. O cinema é que dá estilo.
E que atores de cinema é que serviam de exemplo?
MG: Sei lá. O Jack Nicholson. O Marlon Brando. O Depardieu.
CM: Eu, em televisão, não posso fugir ao Herman José, ao Miguel Guilherme, ao Zé Pedro Gomes, ao António Feio. Esses eram aqueles atores de quem nós dizíamos: “Um dia gostava de ser assim.”
MG: O primeiro filme português que vi na televisão foi O Pai Tirano, quando tinha 9 anos. E fiquei: “Eh pá, que gajos tão bons!” Mas, nessa altura, nunca pensei em ser ator.
Há algum ator ou atriz com quem gostassem de beber um copo?
CM: Olha, a Meryl Streep.
MG: Essas pessoas têm outro mundo, não é? Ou entras na intimidade delas porque, por acaso, trabalhas com elas… ou não. Uma vez, convidaram-me para ir a um jantar – deve ter faltado alguém e convidaram-me a mim – com o Nanni Moretti. E eu recusei. O que é que eu ia dizer ao Nanni Moretti num jantar? “Gosto muito dos seus filmes”? Não! Ia ficar calado. Portanto, nem sequer fui.
Se calhar, é isso que os seus fãs pensam quando estão consigo: “O que vou dizer ao Miguel Guilherme?”
MG: A ideia do fã não me entra na cabeça. Há pessoas de quem adoro o trabalho. Agora, o fã é diferente da pessoa que gosta do trabalho de alguém, não é? São aquelas pessoas que guardam as fotografias, os autógrafos. Nunca fui um fã. Admiro demasiado certas pessoas para ser fã delas.
CM: Eu também sou assim. Não tenho um autógrafo em casa.
Também não compreendem quando as pessoas vos pedem autógrafos?
CM: Eu compreendo. Acontece-me.
MG: A mim, já aconteceu arrepender-me. Uma vez, ia num vaporetto em Veneza: eu, o Donald Sutherland e a mulher dele. Só, os três. Eu tinha 29, 30 anos, e não falei com ele por cobardia, porque era muito tímido. E estávamos os dois no Festival de Veneza! Porque…
CM: E, hoje, arrependes-te.
MG: … Porque foi um dos atores que me levou a ser ator. E, hoje, arrependo-me imenso de não lhe ter dito que ele foi dos atores que me fez pensar: “Eh pá, isto de ser ator deve ser ‘muita’ giro.” Estávamos os dois encurralados no barco. É uma estupidez eu não ter falado com ele. Porque é que não fui falar com o homem? Estupidez… [olha para baixo e abana a cabeça.]
O César é tão extrovertido como aparenta?
CM: Eu sou zero extrovertido. Não sei onde é que… [risos.]
Mas percebe que é essa a imagem que transmite?
CM: A imagem que passo é a verdadeira. Ou seja, eu sou espontâneo. Isso é verdade. Agora, não sou assim no meu trabalho, tal como o senhor da EMEL, em casa, não passa a vida a bloquear a mulher à mesa, à hora do jantar. A câmara de filmar liga, ou estou a representar no teatro: sou extrovertido. Vou para um jantar, e já não sou o centro das atenções.
E o Miguel é tão tímido, ou introvertido, como parece?
MG: Eu era muito tímido quando era mais novo. Hoje, sou menos tímido, no sentido de que controlo melhor as situações em que estou. Aquela situação com o Donald Sutherland é ridícula de tão tímida. O que é que eu perdia em ter dito qualquer coisa? Se ele não quisesse falar, não falava. Com os anos, vai-se conseguindo dominar a timidez natural.
O César nasceu em 1978.
CM: Dizem que sim.
MG: E eu, em 58. São 20 anos de diferença.
O Miguel lembra-se bem desse ano de 78?
MG: Em 78, foi quando comecei a fazer teatro!
CM: Tchii!
MG: Foi no fim de 78.
CM: Incrível. Eu não me lembro onde é que estava em 58 [Miguel Guilherme dá uma gargalhada].
Quais são as maiores diferenças entra esta nova geração de atores e humoristas e a anterior?
CM: Acho que há menos respeito pelo palco. Hoje em dia, pisa-se o Villaret, ou o Teatro Nacional, seja qual for, e há uma atitude de “ah, vou ali, abre o pano e digo umas coisas.”
Isso tem a ver com a exposição permanente? Na televisão, nas redes sociais…
CM: Talvez.
MG: Mas isso também tem a ver com a sociedade no seu todo, não é? Tudo é altamente descartável.
Esta nova geração de atores tem a vida facilitada?
MG: Não acho que tenha a vida facilitada. Há muita gente que quer ser ator, mas, depois, poucos ficam. Já no meu tempo era assim: quando comecei, as coisas não eram tão profissionalizadas. Por exemplo, o namorado da atriz também ia fazer a peça. Coisas deste género, percebes? Hoje, é impensável um gajo sem jeito nenhum para aquela porcaria entrar [numa peça] só porque é namorado da fulana.
CM: Eu acho que naquela altura… Não digo que fosse mais fácil, eram outras dificuldades. Mas havia um canal de televisão e mais nada. Ou seja, a comparação era muito menor da que é hoje: eu faço uma série na televisão e a comparação é “Ah, o Ricky Gervais faz muito melhor”. A internet… Somos facilmente comparados.
A pressão é maior?
MG: Há uma pressão maior. Quando comecei, no pós-PREC, era uma pressão mais política. O teatro era uma arma.
CM: As dificuldades eram outras.
MG: É evidente que havia grandes atores, de um lado e do outro. Mas as coisas estavam muito polarizadas entre direita e esquerda.
CM: Lembro-me de começar a fazer teatro e eu próprio colar cartazes na rua, com a esperança de que alguém passasse à frente do cartaz e dissesse “Olha que giro!” Hoje, com um post na internet, chegamos a 300 mil pessoas.
O César considera-se um ator com piada ou um humorista que sabe representar?
CM: Nem uma coisa nem outra. Considero-me um ator, ponto final. Se tenho piada ou não, não é o que me preocupa mais. Há personagens que podem ter mais piada e outras menos. Mas a piada não sou eu que a faço: são vocês, o público. A piada está em quem vê.
MG: Tu podes fazer outras coisas, mas, de facto, tens algo que emana riso e comicidade.
CM: Acho que tem a ver com o timing. Este é um trabalho de relojoeiro, minucioso. É no silêncio que está a piada. Porque eu posso dar uma piada a uma pessoa que não tem esse timing e, por muito engraçada que ela seja… Mas tenho amigos que são engraçadíssimos!
MG: Eu tenho amigos que são muito mais engraçados na vida real. Têm uma graça que dá vontade de lhes bater. Uma pessoa atira-se ao chão a rir com eles, mas isso faz deles atores? Não. São pessoas engraçadas, mas é na sua própria vida. São felizes e têm muita graça.
Ao Miguel, é o humor que mais lhe enche as medidas?
MG: Gosto muito de fazer comédia, mas também gosto muito de fazer outro tipo de trabalhos. Mas, de facto, acho que sou um ator mais cómico.
As pessoas, quando vão ter convosco na rua, estão à espera de encontrar aquilo que veem na televisão?
MG: Depende das pessoas. O que eu mais gosto é quando alguém me fala de alguma coisa concreta que foi ver.
CM: Eu estou num tempo diferente, muito por causa das redes sociais… Se eu virar agora o telemóvel e fizer assim [simula uma selfie], se calhar tenho 2000 likes. E não há aqui talento nenhum!
MG: Sabes, eu nunca me dei muito bem com o Facebook, mas gosto imenso do Twitter.
Qual foi a última coisa que escreveram no Facebook ou no Twitter?
MG: Foi um retweet sobre um restaurante português em Nova Iorque. A minha página de Facebook é uma nódoa, não vou lá.
CM: A última coisa que escrevi foi uma brincadeira: “Deixei de saber rir nas redes sociais. Não sei como é que se ri. Se é ‘Ahahah’, se é ‘eheheh’, ‘ihihih’, ‘kkkkk’, ‘lol’…”
MG: Ahahah. Eu rio ahahah.
CM: Eu também rio ahahah.
MG: Antigamente era lol.
O pior da fama é não se poder ir ao supermercado em paz e sossego?
MG e CM: [Em simultâneo] Não!
MG: Eu não sou esse género de ator. Tenho pena de não ter tanta fama [César ri]. Mas não. Conhecem-me, mas não me chateiam.
CM: A mim, chateiam-me.
Não necessariamente no mau sentido…
CM: Não. Chateiam-me no sentido de tirar muitas fotos, de eu levar muitas palmadas [Miguel ri] Eu acho que o Miguel…
MG: Eu também já estou mais off, não é?
CM: Não é mais off. As pessoas olham com respeito. “Eh pá, nem o vou cumprimentar. É o senhor Miguel Guilherme!” Na minha idade é mais assim: “Eh pá! Olha quem ele é!”
MG: Nessa idade, eu não era tão conhecido. É que nem pensar.
CM: Mas eu não me escondo, e, se tiver de ir ao supermercado, vou. E respondo a toda a gente.
O humor pode ter um papel importante em tempos de crise? Ou há coisas com que não se brinca?
CM: O limite do humor é o bom senso.
MG: Não há limite. A gente não pode impor limites ao humor.
CM: Eu posso brincar com a crise, mesmo sabendo que há pessoas a sofrer muito com ela. Não estou a faltar-lhes ao respeito. Estou, se calhar, a acionar o botão de alarme, a dizer: “Atenção, que há pessoas como esta.” MG: A ideia de que o humor tem de ter limites… é uma ideia de censura. Se a tragédia não tem limites, porque é que o humor há de ter? Porque é que não hei de gozar com o que me vier à cabeça?
CM: A única coisa que nos limita – não sendo um limite – é a forma gratuita, ou não, de fazermos as coisas.
MG: E mesmo assim… Há tipos que fazem as coisas de forma gratuita porque é essa a maneira que eles escolheram. As pessoas do Charlie Hebdo defenderam que o humor não tem limites. E foi por isso que elas foram assassinadas.
Concordam que o humor tem mais poder como arma de mudança do que parece?
MG: Sim. Um exemplo: o referendo do aborto. O Ricardo Araújo Pereira ganhou o referendo! O Marcelo Rebelo de Sousa fez um vídeo, e a inteligência com que o Ricardo brinca com aquilo… Transforma tudo o que o Marcelo disse em cinzas. E muita gente pensou: “Sim senhor, ele tem razão.”
CM: Mas o humor, atenção, pode ser feito pelo próprio Marcelo Rebelo de Sousa. O humor não é uma arma só dos humoristas.
Fora de Portugal, quem tem usado o humor para mudar o mundo?
CM: O Obama.
MG: O Jon Stewart, do Daily Show. Um tipo que começou a fazer humor e que ganhou, durante vários anos, o prémio de melhor jornalista de televisão. É incrível.
CM: Sim. E, de certa forma, o Borat.
MG: Sim, o Borat. E há um tipo de que eu gosto imenso. Sabes que eu não gosto muito de stand-up…
CM: Também não sou apreciador.
MG: Mas há aquele tipo de barba…
O Louis C.K.?
MG: O Louis C.K. Tem uma série de televisão absolutamente brilhante! É a vida de um stand-up comedian, que é ele próprio. Tu viste?
CM: Sei, sei. Louis C.K. é incrível. E o Ricky Gervais também é.
MG: Gosto imenso do humor nostálgico e poético do Louis C.K. Sobre a vida, a vida dele e a nossa. É hilariante e, ao mesmo tempo, é triste. É sobre ele a levar as filhas à escola, os problemas com os amigos, com o elevador. É de uma inteligência brutal.
É esse o ponto comum entre os humoristas? A inteligência?
MG: Não, não. Há um mau humorista que me fazia rir imenso nos anos 70, um tipo chamado Louis de Funès.
CM: Ah, o Funès!
MG: É exatamente o contrário disto tudo, não é? Mas lembro-me das gargalhadas que dei no cinema com o Louis de Funès. O que aquele homem me fez rir quando era miúdo…
O Miguel tem algum conselho para o César?
CM: Vamos a isso!
MG: Não. Não dou conselhos a atores mais novos. Eu odiava que os mais velhos me dessem conselhos! [César ri.] E os conselhos que recebia eram maus! MAUS! Aqueles gajos que vinham dizer: “Oh filho…”
CM: O ator mais velho dá os conselhos sem os dar. Nós é que vamos beber alguma escola deles.
MG: Vamos ser sinceros: há atores mais velhos de que tu não gostas mesmo, e muito do teu trabalho é feito… não contra eles, mas para fugir deles.
CM: É verdade.
Recentemente, o César realizou o sonho de uma idosa, que queria cantar em palco. Também tem sonhos próprios?
CM: Eh pá, eu não sou nada sonhador, caraças!
MG: És.
CM: Acabo por ser, mas não sou.
MG: O meu sonho é continuar a trabalhar e fazer mais três ou quatro personagens.
No cinema, no teatro ou na televisão?…
MG: Onde for.
CM: Olha, eu vou-te dizer um sonho ‘muita’ fútil. Gostava de ganhar o prémio… De mérito? De carreira? Como é que se diz?
MG: [A rir.] De excelência!
CM: De mérito e excelência.
MG: No fim! Lá no fim!
CM: No fim de tudo! É sinal que me aguentei até lá.