Em 1993, quando a VISÃO nasceu, já se falava do “lince da Malcata” como se fosse um animal mítico, uma lenda, na mesma categoria do abominável Homem das Neves ‒ 1992 foi a última vez que se viu um lince na natureza, em Portugal. Em Espanha, o animal seguia o mesmo caminho: um censo de 2004 contou 94 linces, o que era já insuficiente para garantir a sobrevivência da espécie por ela própria. O “felino mais ameaçado do mundo” precisava de uma ajuda.
Os dois países ibéricos avançaram, então, com a reprodução em cativeiro. Em Portugal, é construído o Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves, uma medida de sobrecompensação da empresa Águas do Algarve pela construção da barragem de Odelouca, que viria a ficar sob a gestão do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. Inaugurado em maio de 2009, recebeu o primeiro lince, a Azahar (vinda do zoo de Jerez de la Frontera), a 26 de outubro.