Os novos números que chegam de Itália são arrepiantes: mais 6.557 novos casos e 793 mortos. Ao todo, são já 53.578 mil casos neste país, com um rácio de 886 pessoas infetadas por casa milhão de habitantes.
Mas o que mais impressiona é a taxa de mortalidade: chegou hoje a impressionantes 9%, com 4825 mortos.
As morgues estão inundadas em Bérgamo, um dos epicentros do Covid-19 em Itália, o que, segundo o New York Times, obrigou a encerrar os cemitérios locais, algo que não acontecia desde a Segunda Guerra Mundial. Foram já banidas as cerimónias religiosas e civis, para agilizar os procedimentos e impedir a propagação maior do vírus.
Há muito que a Itália ultrapassou a taxa de mortalidade da China no seu pico de casos. Até agora, morreram no país onde o vírus começou 3255 pessoas e ficaram infetadas 81.008. Neste momento a taxa de mortalidade está em 4%.
O que explica esta diferença de números, eis a questão. Porque razão em Itália o índice de mortalidade é tão elevado? Segundo a BBC, o perfil da maior parte dos mortos devido ao novo coronavírus na Itália, assemelha-se ao da China, atacando mais os idosos do sexo masculino que já tinham alguma doença. No entanto, na Itália a taxa de população idosa é bastante maior – tem a segunda mais velha população do mundo -, o que faz com que o índice de mortalidade da doença aumente. Como sublinha um estudo que analisa a ciência demográfica do Covid-19, o facto de as famílias serem alargadas e de muitas vezes os mais jovens, muitas vezes assintomáticos, conviverem de perto e nas mesmas casas com os mais velhos agrava a situação.
Segundo dados do Instituto Superior de Saúde citados pela BBC, o órgão subordinado ao Ministério da Saúde da Itália e que monitora a emergência nacionalmente, a média de idade dos italianos infetados pelo coronavírus é de 63 anos, sendo que 60% deles são do sexo masculino.
O coronavírus já atingiu 297.455 pessoas no mundo, tendo matado 12.775 e recuperado 94.584. Estão neste momento190.096 casos ativos.