Quem tem a maior carga na vida doméstica? Homens e mulheres trabalham o mesmo em casa? A revista VISÃO, em parceria com a Ikea, lançou um grande estudo sobre a divisão das tarefas domésticas e familiares. As conclusões deste inquérito realizado pela GfK Metris com apoio científico da Professora Paulo Campos Pinto, do ISCSP, tem conclusões, para muitos, surpreendentes. Apenas 31,4% das mulheres que responderam ao inquérito dizem que a repartição não é equilibrada. São as mulheres entre os 45 e os 54 anos as que mais sentem a repartição desequilibrada, e as mais jovens, entre os 18 e os 24, as mais satisfeitas com o equilíbrio.
Mas quando analisamos em detalhe cada uma das tarefas, elas sentem-se mais penalizadas do que eles e eles tendem a confirmar. No que toca aos filhos, por exemplo, elas sentem-se mais penalizadas do que eles: 74% das mulheres dizem que são só elas ou maioritariamente elas a ficar com os filhos em casa quando estão doentes, quando apenas 15% dos homens dizem o mesmo.
O estudo completo pode encontrar na edição da VISÃO agora nas bancas, com uma reportagem extensa e os comentários de vários especialistas. Fique aqui com uma súmula das principais conclusões deste inquérito.
INQUÉRITO: PARIDADE EM CASA
► 85,2% dos homens consideram que existe uma repartição equilibrada das tarefas domésticas e familiares, mas apenas 69% das mulheres dizem o mesmo
► Mais mulheres (31,4%) do que homens (14,8%) consideram que a repartição não é equilibrada
► As mulheres entre os 45 e os 54 anos são as que mais sentem a repartição desequilibrada, e as mais jovens, entre os 18 e os 24, as mais satisfeitas com o equilíbrio, logo seguidas das mulheres com mais de 65 anos
Entre os que consideram que não há uma repartição equilibrada…
► 96,8% das mulheres consideram que é ela a mais penalizada
► 87,7% dos homens consideram que é ela a mais penalizada
CARREIRA
► A maioria dos homens e mulheres dizem que nenhum dos dois ou ambos em partes iguais têm a carreira mais prejudicada por causa da conciliação das tarefas familiares e profissionais.
► Mas enquanto 31% das mulheres sentem que têm a carreira mais prejudicada por causa da conciliação das tarefas familiares e profissionais, apenas 12,1% dos homens afirmam o mesmo. 22,6% dos homens dizem que elas têm a carreira mais prejudicada.
FILHOS
74% das mulheres dizem que são só ou maioritariamente elas a ficar com os filhos em casa quando estão doentes, e só 15% dos homens dizem o mesmo
REFEIÇÕES
62% das mulheres dizem que são só ou maioritariamente a definir ou preparar as refeições, e só 16% dos homens dizem o mesmo
ROUPA
80% das mulheres dizem que são só ou maioritariamente elas a lavar e estender a roupa, e só 10% dos homens dizem o mesmo
PASSAR A FERRO
75% das mulheres dizem que são só ou maioritariamente elas a engomar, e só 7% dos homens dizem o mesmo
ARRUMAÇÕES
66% das mulheres dizem que são só ou maioritariamente elas a arrumar a casa, e só 18,2% dos homens dizem o mesmo
BRICOLAGE E REPARAÇÕES
76% dos homens dizem que são só eles ou maioritariamente eles que o fazem, e só 7,1% das mulheres dizem o mesmo
FICHA TÉCNICA DO ESTUDO
Estudo realizado pela GfK Metris, suportado por uma metodologia Quantitativa. Universo: constituído pelos indivíduos com 18 e mais anos, a viver em conjugalidade com indivíduos não do mesmo sexo, residentes em Portugal Continental. Amostra: constituída por 601 indivíduos, com a distribuição segundo as regiões GfK Metris. Ponderação: posteriormente, os dados resultantes das entrevistas foram reequilibrados para o Universo em estudo. Para tal, recorreu-se a dados internos sobre a distribuição demográfica de indivíduos com 18 e mais anos, a viver em conjugalidade, produzindo-se uma matriz que cruza dados de sexo, idade, região e instrução. Desta matriz, redistribuiu-se o peso de cada inquirido, para chegarmos à amostra final, proporcional ao Universo estudado. A informação foi recolhida através de um questionário de online. Os trabalhos de campo decorreram entre os dias 2 e 9 de setembro de 2019.