Às 15 horas, no centro da Praça da República, em Coimbra, apenas se via um jovem a tocar uma gaita-de-foles, como que a chamar quem a ele se quisesse juntar. Ao seu redor tudo era silêncio. Os minutos foram passando e chegaram jovens, adultos nas casas dos 30 aos 60 anos, crianças e até animais. Formou-se uma roda e através de um megafone vários anónimos iam ao centro ditar o que lhes ia na alma.
Na cidade dos estudantes, gritou-se pela mudança do sistema, do futuro que não parece promissor e que “a hora era de luta!” Cerca de 500 pessoas que pelos berros soavam a mais. Começaram pela frase mais repetida ao longo da tarde, “Esta geração faz parte da solução” e terminaram a entoara o Grândola Vila Morena a plenos pulmões. Muitos falavam do 25 de Abril como se sonhassem como uma revolução semelhante a 12 de Março de 2011. Haviam crianças de 10 anos conscientes do presente e que também não se cansaram de ditar o que as preocupava. Com a mais pura inocência.
Da Praça da República desceram sem destino certo e pararam na Praça 8 de Maio, junto à Câmara Municipal de Coimbra, onde reivindicaram mais direitos, e daí para o Governo Civil onde também se fizeram ouvir. Sem cansaço ou frio que demovesse a onda de reivindicações decidiram fazer o caminho inverso. Sempre a cantar, a berrar por direitos e garantias, mas sobretudo por uma mudança e um futuro. Em Coimbra, manifestantes dos 10 aos 70 anos pediam para ter o seu futuro nas mãos, e prometerem não ficar por aqui.